Era este o dilema do ex-ministro das Finanças.
Campos e Cunha sabe que a dinamização e revitalização da economia não passa pelo investimento público. A OTA não é o meio adequado para gerar competitividade da economia portuguesa. Aquilo que é necessário é fortalecer as empresas.
Acresce que os grandes investimentos produtivos são hoje feitos recorrendo a project finance, através da promessa de entrega aos financiadores (aos bancos) do cash flow futuro do resultado do investimento.
A OTA nunca gerará cash flow suficiente para pagar o investimento. Daí que, recusando os bancos financiar, só o Estado poderia finaciar esta obra. Ora, o Estado não tem meios - em face da necessidade de controle de défice - para suportar este investimento.
Acresce ainda um outro aspecto: a desactivação do aeroporto da Portela seria uma machadada forte na competitividade da região de Lisboa.
Por tudo isto, Campos e Cunha não era favorável à OTA, como argumento de estímulo ao desenvolvimento económico. O PS, ansioso por anunciar obra, quer avançar de forma inconsciente.
Campos e Cunha estava em desacordo com o Governo. Poderia o ministro das Finanças estar num Governo, não concordando com o rumo traçado, e sendo obrigado a estar solidário?
Pode alguém ser quem não é?
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