quarta-feira, julho 27, 2005

Palhaçadas

Esta palhaçada da eventual candidatura de Mário Soares à presidência da República está, como não poderia deixar de ser, a redundar no avolumar de novas palhaçadas. Em cascata e em alta velocidade. Desde logo porque o PSD - que vinha cantando uma vitória excessivamente antecipada com a candidatura de Cavaco Silva - se apercebeu de repente que, com Soares, as favas afinal não estarão tão contadas como estavam à espera. Vai daí, a maioria esclarecida do partido entrou numa derrapagem declaratória em que a pérola é aquela teoria segundo a qual o próximo Presidente da República deve saber de economia e finanças. De economia e finanças? Por causa do défice? Candidate-se então o presidente da PME Portugal por causa do peso das PME na economia. Ou o presidente da CIP por outra razão qualquer igualmente economicista. E porque não - inventemos um pouco, já agora - elencar para a presidência da República um qualquer antigo director do SIS por causa da ameaça terrorista? Ou o D. Duarte Pio por causa da ameaça espanhola. A teoria é tão chalada que acaba por ser risível. Seja lá como for, esperemos que Cavaco - na sequência da reunião magna familiar que vai decidir o seu rumo - não acabe por deixar o seu séquito de mãos a abanar. Sob pena de Marcelo Rebelo de Sousa ainda vir a ser candidato. O que não seria mau: não só sabe de economia e finanças, como também é muito inventivo em relação à realidade, o que resultaria no mais completo Presidente da República da palhaçada que é este país.

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