Não me parece que o CDS exista mais ou menos hoje do que há 5, 10 ou 15 anos atrás. O CDS, enquanto partido de quadrícula, presente e activo em todo o país, já não existe há muito tempo, vai fazendo os possíveis. O que "existe" menos agora, no sentido político e actual do termo, em que só tem existência o que passa muito e bem na TV, é o líder do CDS. José Ribeiro e Castro, embora tenha muita substância, "existe" pouco. Dou-lhe, todavia, o beneficio dos primeiros tempos e veremos mais tarde.
Não conheço muito bem a realidade interna do CDS. Mas visto de fora, do que tenho a certeza é de que o CDS existe enquanto força eleitoral nacional agregadora de umas centenas de milhar de votos em cada eleição. Em linguagem de marketing poderíamos dizer que o CDS tem uma marca. As lideranças vão e vêm, as inclinações políticas mais conservadoras ou liberais (ou nenhumas) também, a própria composição do eleitorado muda, mas o facto é que o CDS conta alguma coisa em cada eleição. É pouco? É. Devia ser mais e melhor? Com certeza. É possível nos tempos de hoje fazer diferente? Não sei e tenho dúvidas, sobretudo a partir das estruturas políticas internas locais, vulgo distritais e concelhias. A marca e (todo) o passado do partido são muito importantes e creio que seria viável (ou desejável) estruturar, a partir da Direcção nacional, um quadro de pessoas política e socialmente empenhadas, que existam, não limitadas a um conjunto de distritais virtuais (inexistentes). Claro que o substrato político e ideológico teria de se fundar nalguns aspectos comuns, mas esse nunca foi o problema do CDS que sempre teve condições para acolher pessoas muito distintas que não se enquadravam na esquerda. Mas eu não percebo nada de partidos.
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