Dissipada a poeira dos calhambeques, os motores da campanha eleitoral vão aquecendo e quem circula pela circuito do Porto vai dando conta dos orgulhosos cartazes que os partidos vão exibindo. As primeiras impressões, tenho pena de o dizer, não são nada favoráveis
Um dia ir-me-ei pronunciar sobre as políticas mas hoje o que me interessa é sobretudo a estética. O Dr. Assis (não confundir com o da velha paródia estudantil coimbrã) é um caso a todos os títulos notável. Dizem os cartazes que ele se propõe trazer uma nova energia para o Porto e até incluem elementos figurativos identificadores desse propósito. Esqueceram-se, no entanto, de ligar o Dr. Assis à corrente. É que, ainda que se entenda que os estrategas de marketing eleitoral do PS viram bem a coisa, achando que ao Dr. Assis faltava energia e que era preciso fornecer-lha artificialmente, deveriam ter produzido uma fotografia mais viva, mais activa, reveladora da tal energia que o candidato supostamente iria trazer. Não foi assim. Se calhar era impossível. A candidatura do Dr. Assis falhou a partida e a continuar nesta velocidade não chega à meta em primeiro. O Porto, se calhar, não vai perder muito com o despiste do Dr. Assis.
E que dizer do slogan do Dr. Rio? "Este rio não pode parar". Seria difícil encontrar pior. A somar à confrangedora vulgaridade do slogan temos o fracasso estético do cartaz. Não há desculpa, mesmo conhecendo a fragilidade do adversário. Só encontro uma explicação. Como o Dr. Rio tem a peregrina ideia de que as "elites" não gostam dele, seja lá o que isso signifique, não encontrou melhor opção do que fazer um cartaz anti-elites. O objectivo do cartaz é gozar com as "elites" e, embora eu obviamente não integre esse escol, tenho para mim que foi perfeitamente cumprido.
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