segunda-feira, maio 16, 2005

Coerências...

Vemos o actual Governo socialista a fazer a pedagogia do deficit. Até aqui tudo bem. Sucede porém - eis o pequeno detalhe - que o discurso da crise orçamental sempre foi a pedra de toque das críticas enquanto o chefe do actual executivo foi oposição.
Temos pois, que depois de um silêncio muito audível, o Ministro das Finanças, veio a terreiro expor as suas ideias. Logo secundado do Governador do Banco de Portugal que, do alto do seu prestigiado cargo, veio anunciar - magister dixit - à cidade e ao país, que o cenário é pior que o esperado. Os media, na sua vertigem noticiosa, vão fazendo passar a mensagem. Serenamente. De uma forma demasiado consumada. E o primeiro-ministro ainda mal apareceu. Rectifique-se: apareceu surpreendido?!
O discurso, docemente, travestiu-se de forma dissimulada, passando da depressiva tanga para um imperativo desígnio nacional.
Como é evidente, desde sempre soubemos que Manuela Ferreira Leite tinha carradas de razão – volta que estás perdoada! E, agora, assistimos às mesmas inquietações e perplexidades. Mas – e aqui reside toda a diferença - já não são opressivas para a nação. Que autoridade moral, a desta gente, cujo discurso não se pauta pela coerência mas pela contingência do momento? Ao menos que exista a audácia e a ousadia de aproveitar o clima de consenso e lançar as reformas que se impõem. Só que, miseravelmente, no deve e haver do custo eleitoral o balanço é por demais elevado. Aguardemos!!!

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