Um país moderno e competitivo não se faz de árvores com casca dura e 'borrachosa', mas sim com bonitas extensões de erva (da que não se fuma) onde se possa jogar aquele belo desporto que é mandar uma piquena bola para dentro de um buraco apenas um pouco maior; um país verdadeiramente europeu é o que consegue mandar os labregos que vêm do Norte da Europa para 'resorts' e 'spas' de qualidade asiática e não para o meio das árvores onde se fazem pique-niques; um país que se importa com a Justiça é o que discute a eventual quebra do segredo de justiça antes de querer saber se os actos criminosos o são ou não - uma vez que estes são uma espécie de acaso que, bem vistas as coisas, não importa nada; um país sério é aquele em que o povo, bem ensinado, opta por considerar que «se estivesse lá, só se fosse burro é que não me aproveitava, porque se não for eu, outro será»; um país maravilhoso tem um Estado monstruoso, cuja burocracia existe para diluir a incompetência e a roubalheira generalizadas e uma classe política que contra ele se levanta, mas que por ele é capaz de dar a camisa; um país magnífico é o que não quer cair nas patranhas da arbitrariedade e prefere fazer negócios com os amigos que, por definição, são gente séria (porque, se não fossem, não seriam nossos amigos). Este país quase não existe. Mas o caso dos sobreiros contra os campos de golfe serve para provar ao menos uma coisa: o CDS/PP é mesmo um partido de poder.
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