A minha análise do Congresso é, com certeza, mais distante e desapaixonada que a dos meus colegas de blogue nele participantes. Tenho, por outro lado, a desvantagem de ter muito menos informação sobre o que lá se passou e, por isso, a minha leitura pode não estar inteiramente correcta. Para além disso, não tenho nenhum interesse pessoal directo no desfecho, sou apenas um militante de base, desligado de qualquer actividade política ( e Deus me conserve assim por muitos e bons anos).
Um dos aspectos do Congresso que merece ser aplaudido foi o facto de se ter demonstrado que, afinal, o CDS está vivo, o que já não é nada pouco. Nas últimas semanas vários analistas emitiram certidões de óbito (mais uma vez) e eis que o CDS lhes responde com um congresso a sério, com candidatos, incerteza, disputa e entusiasmo. Isto foi bom. O resto já não sei.
Mesmo correndo o risco de ser censurado com o ruidoso silêncio do comandante deste blogue, à partida eu preferia Telmo Correia, que conheço pessoalmente há muitos anos. Parecia-me mais jovem, mais dinâmico, mais actual, mais mobilizador, dispunha de melhores qualidades de liderança. Concedo que neste último item me enganei redondamente. Telmo Correia não mereceu ganhar o congresso. Não sei o que falhou mais, se foi a estratégia, se foi a sua execução, mas o facto é que Telomo Correia não mostrou nunca, antes ou durante o congresso, determinação, capacidade de decisão, serenidade e energia, que são fundamentais para se ganhar. Telmo Correia não estava confortável no seu papel, não reagiu bem à tensão e quase tudo lhe correu mal. Ribeiro e Castro, ao contrário, esteve no seu melhor e, confesso, surpreendeu-me. Não sei se as boas prestações são para continuar. Não me entusiasma a equipa, salvo raras excepções, e muito menos me encanta um certo "centrismo" freitista. Em síntese, naturalmente pessimista, não tenho muita fé neste novo ciclo, mas claramente Ribeiro e Castro foi o vencedor certo. Quis ganhar, fez por isso e o que fez correu-lhe bem. Espero que os derrotados não amuem e que os vencedores já tenham esquecido a vitória. O partido é pequeno demais para "revanches".
Não quero terminar sem saudar efusivamente os meus colegas de blogue, que integram, muito justamente, a galeria dos vencedores.
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