terça-feira, abril 26, 2005

O Congresso II

Lendo os escritos em alguns blogues, e não só, chega-se á conclusão que a maior parte dos comentaristas acha que ganhou o CDS em detrimento do PP. Nada mais errado. Basta dar uma vista de olhos pelos eleitos nas estruturas nacionais , e ver a idade média dos novos dirigentes para perceber que a maioria deles nasceram para a política com o Partido Popular. Para muitos, Paulo Portas representa o Partido, e fariam tudo o que ele entendesse. Se é assim com a generalidade dos novos dirigentes, com os chamados “notáveis”, não é diferente, senão vejamos;
António Lobo Xavier. É certo que é conotado com o Freitismo, mas também é certo que é uma das principais figuras da ascensão de Paulo Portas, e um dos seus grandes suportes.
Maria José Nogueira Pinto. Nem sabe o que é o CDS sem PP, entra com Monteiro, e vai ficando, nunca se definiu Democrata Cristã nem Centrista.
Miguel Anacoreta Correia. Este sim, um fundador do Partido, mas escorraçado por Monteiro, e reabilitado por Portas.
Sílvio Cervan. Um dos rostos do combate ao Monteirismo, sempre ao lado de Portas, foi um dos impulsionadores do antigo líder.
Claro que há análises para todos os gostos, umas com alguma seriedade da parte de quem lá esteve, outras absolutamente hilariantes de quem vê sempre conspirações do arco da velha. Há sempre a lógica de quem ganha e quem perde, claro que há ganhadores e perdedores, mas há também os que sabem ou não sabem perder ou ganhar.
E nos que sabem perder tenho que referir alguém muito massacrado por mim nos últimos tempos, o ex secretário geral, Luis Pedro Mota Soares. Grande sentido do dever e das responsabilidades, sabia que tinha muito a perder, mas distinguiu-se pela seriedade. Eu sei, como foi importante em certos momentos para que tudo corresse com dignidade.
Quanto ao Congresso e ao seu resultado, é simples, que ninguém pense que se pode influenciar o voto dos militantes de Mirandela, Tavira, ou da Ilha do Pico, através de blogues, ou supostas refundações da direita a partir dos gabinetes de Lisboa. Que tenham aprendido de uma vez por todas que não basta ir ao Norte duas ou três vezes por ano para se perceber o Partido.

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