Da análise dos resultados, existem algumas conclusões a retirar:
1) A derrota das Distritais
Ficou provado que a 15 distritais que apoiaram Telmo Correia não tiverem capacidade para convencer os seus delegados, apesar do apoio público dos seus presidentes. Isto revela um claro afastamento entre as Concelhias e os presidentes destes órgãos.
A única atitude séria a ter pelos seus presidentes é a demissão, até porque existe nesta altura um claro desfazamento entre o que pensam e são as opções dos militantes e as posições dos presidentes das distritais. É caso para dizer «Obviamente, demito-me».
2) A derrota de Nuno Melo e Álvaro Castello-Branco
O "movimento" de apoio das 15 distritais a Telmo Correia tinha duas caras como cabeças de cartaz: Nuno Melo e Álvaro Castello-Branco
Eles os dois simbolizam a derrota do aparelho para os livres pensadores, visto que, viram os seus "soldados" virar-lhes a cara e apoiarem José Ribeiro e Castro.
São também os principais responsáveis pela imagem do «já está ganho», menosprezando o peso político de Ribeiro e Castro, Lobo Xavier, Nobre Guedes e Maria José Nogueira Pinto.
Aliás, isso ficou bem patente na quantidade de delegados dos distrito do Porto e de Braga que se levantaram a aplaudir quando Lobo Xavier deu o seu apoio a Ribeiro e Castro.
3) A derrota do presidente da JP
Quando Telmo Correia anuncia que o seu Secretário-Geral é João Almeida, ficou patente o incómodo dos congressistas, acabando pelo anúncio ser apenas aplaudido por parte dos delegados da JP. A JP ficou irreversivelmente fracturada.
João Almeida acabou por ser uma menos valia para a candidatura de Telmo Correia, o chamado «tiro no pé» dado pelo desespero.
Não sei de quem terá sido a infeliz ideia, mas quem no seu bom juízo acha que num partido conservador é uma boa ideia ter um jovem com aquela idade e percurso profissional num cargo tão importante para a vida do partido.
4) A derrota de Telmo Correia
Coloquei Telmo Correia em último lugar porque acho que sai vencido não pela sua incapacidade, mas pelos erros de estratégia e de parceria inerentes à sua candidatura.
Em primeiro lugar, o seu constante adiar do anúncio como candidato retirou-lhe força e condicionou muito a sua acção.
Depois, chegou atrasado ao Congresso, não estando presente quando António Carlos Monteiro apresentou a moção de apoio à sua candidatura.
Em seguida, o discurso de JRC fragilizou-o e quando fez a sua primeira intervenção no Congresso estava claramente inferiorizado.
Finalmente, e com o decorrer do Congresso, tudo passou a ser para a sua candidatura uma questão de "compra" de delegados: tira António Carlos Monteiro de candidato a Secretário-Geral e dá a João Almeida na tentativa de condicionar o voto da Jota; nos corredores oferecem lugares nos órgãos nacionais às concelhias dissidentes; passam constantemente a palavra que «apesar de tudo ainda está ganho»; ...
Enfim, o resultado está à vista: Ribeiro e Castro - 492 votos (56%) ; Telmo Correia - 387 (44%)
Sem comentários:
Enviar um comentário