segunda-feira, abril 11, 2005

O campeonato da segunda divisão III

Vamos por partes:
- Afirmar que um congresso de um partido, qualquer que ele seja, é de segunda divisão não é afirmar que o partido é de segunda divisão. Não me passa pelo entendimento afirmar que o CDS é um partido de segunda divisão - mesmo que, mas isso não importa nada, possa não ser seu apoiante (e é de reparar que não estou a dizer que sou ou deixo de ser seu apoiante). O que sucede é que entendo que os líderes que 'herdam' um partido depois de uma liderança personalizada são meramente transitórios. Ou transitários, na medida em que alguém tem que 'levar' o partido até à 'paragem' seguinte. E mantenho o que disse. Aconteceu o mesmo a Ferro Rodrigues, a Fernando Nogueira e em parte (a diferença é o tempo) a Carlos Carvalhas, tal como acontecerá o mesmo a quem suceder a José Sócrates e muito principalmente a Francisco Louçã; e, na mesma medida, vai acontecer a Marques Mendes e a quem suceder a Paulo Portas. Proponho aos meus Amigos do blog o seguinte: se os sucessores de Santana Lopes e de Paulo Portas alguma vez concorrerem a eleições legislativas na qualidade de candidatos ao cargo de primeiro-ministro dentro de quatro anos, não só me retratarei publica e humildemente, como organizarei para todos vocês, em minha casa, um jantar de desagravo - e assim sempre ficam a conhecer o meu palmo de cara normalmente mal barbeada.
- O facto de parte substancial dos meus companheiros de blog serem subscritores de uma moção ao congresso do CDS - facto por mim conhecido na altura em que escrevi 'O campeonato da segunda divisão I' - não me deve obrigar, entendo eu, a não ser crítico em relação ao partido. É apenas uma espécie de acidente de precurso (entre aspas) que não escamoteia o que penso - por muito disparatado que aquilo que penso possa ser. E, em relação a isso, estamos conversados: toda a gente tem toda a liberdade de pensar que o que penso não passa de um enorme disparate. Seja como for, o espírito com que fui convidado para o blog não configura nenhum tipo de 'censura', prévia ou não, e entendo que esse espírito não foi alterado por quem me convidou. Quando isso suceder - o que espero não aconteça - serei o primeiro a tomar a iniciativa de 'demitir-me'.
- Quanto à questão 'clubística', devo dizer que sou rigorosa e eternamente agnóstico: não tenho equipa de eleição, não gosto de desporto e sou completamente insensível a qualquer felicidade pessoal por esta ou aquela equipa ser campeã do que quer que seja - mesmo que de provas internacionais, mesmo que de selecções nacionais. O que vejo acontecer - e isso sim é muito irritante - é que os clubes mais pequenos são tratados, quando ganham alguma coisa, com um 'paternalismo' serôdio e quase humilhante. É como escrevi antes: é giro, mas ninguém parece levar a sério.
- Quanto à estatura física de Marques Mendes também não há nada a fazer: o homem é mesmo baixinho. Mas não hé-de ter sido por isso que, um dia, Bermiro de Azevedo disse que ele, na Sonae, não serviria nem para porteiro.
- Quanto à 'bagunça' que aqui arranjei, deixem-me dizer-lhes que estou a achar piada.
Um grande abraço para todos; e, já agora, felicidades para a vossa moção.

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