quinta-feira, abril 07, 2005

José Miguel Júdice

José Miguel Júdice em entrevista ao Jornal de Negócios de ontem, refere que qualquer negócio do Estado deveria ser precedido de uma consulta – pelo menos pedir uma informação – a um dos três grandes escritórios nacionais, o do declarante, o de Morais Leitão e Galvão Telles ou Vieira de Almeida.
O que quererá Júdice com semelhantes afirmações? Insultar os restantes escritórios de advogados do país mimoseando-os com o epíteto de ignorantes? Será a mera constatação de que os outros não sabem nada e, venha o mal menor, ao menos que se inquira quem sabe alguma coisa? Marcar terreno e assumir-se como grande escritório e grande advogado? Enviar alguma mensagem “in pectore”, por pura conveniência? Não sei.
O que sei é que as suas afirmações são despudoradas, insultuosas e irresponsáveis. Porque proferidas por o último Bastonário em funções. Onde pára a deontologia profissional? Será que a Ordem dos Advogados não deveria reagir? É que pelo menos o dever de urbanidade não é respeitado!!!
Da verborreia insana do homem, algo se retém: a frontalidade de afirmar o que há muito espreitava à socapa: na verdade são os grandes escritórios de Lisboa quem domina a esfera da grande advocacia nacional, nomeadamente os grandes negócios do estado. O resto são as migalhas para os pardais.
Parece pois, que o afamado causídico quis, após um banho de legitimidade bastonária, vir falar de cátedra. E revelar aos burros o que só os espertos têm direito. Para, assim, cabalmente se justificarem os tais 50 milhões de contos anuais de despesa da Administração central em outsourcing. Em terra de cegos...!!!!

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