quinta-feira, outubro 14, 2004

Os chineses, eu e o Rui

O Rui Baptista o Amor e Ócio deu azo à sua magnifica arte de escriba e traçou um retrato cá do “je” que me fez corar de vergonha. Bem sei que o Rui sabe que eu não me revejo nas estrelas amarelas a colar nas lapelas dos chineses. Mas não sei se todos os leitores sabem isso. Por isso nada melhor do que aqui deixar mais algumas explicações, desejando no entanto que a maneira como o farei seja entendida da melhor forma.

Vamos então ao conteúdo da questão:
1- quando perguntei quantos chineses havia em Portugal e quantos morreram, era apenas e só porque que nós vamos ouvindo relatos diários de mortes de russos, ucranianos e outros que tais, que são imediatamente associadas a máfias e no que toca a chinocas; nada de nada. E o certo é que eles são mais do que as mães e estão a invadir-nos silenciosamente. E certo ou não, mas disseram-me que por exemplo o programa dos restaurantes chineses é todo do mesmo fornecedor. (garantem-me que não é a Compta)

2 – quando alertava para o facto de estarem a ocupar as principais artérias do Porto, seria tão somente uma questão estética. Tal como o Sócrates também eu sou um esteta, e gostaria mais de ver uma bonita montra da Hermes, apesar de nada lá conseguir comprar, a ter uma amálgama de coisas a 5 euros com cores berrantes e muitas delas sem lhes perceber o uso. Não nego que faça compras nas lojas chinesas. No Verão em desespero comprei um guarda sol. Ainda bem que o calor não foi muito pois a fibra ainda podia pegar fogo. Mas será que tudo aquilo é legal? Será que os custos de produção englobam os mesmo items que os europeus? Será que …

Basicamente estes são os dois pontos principais que me levaram a questionar a presença dos chineses. Podia ir mais longe e avisar da descaracterização pelo facto de ser um chinês que hoje em dia é o dono do T’Clube em Lisboa. Mas também já seria de mais.

Caro amigo Rui, permita que o trate assim, deixe-me que lhe diga que quando vou ao supermercado exerço o meu direito de escolha e procuro comprar a fruta portuguesa. Bem sei que algumas vezes peco, outras venho de mãos a abanar. Manias. Mas deixe ainda que lhe diga que, tal como a Fátima Lopes que só veste o que faz, eu quase só compro roupa portuguesa. Manias. E no que toca a vinhos? só Portugueses. Mas descanse o meu amigo que no que toca a carros sempre tenho um estrangeiro. Questão de segurança mesmo.

Tudo isto para lhe dizer que sendo um liberal, defensor de um mercado livre e concorrencial mas controlado de forma a ser justo, exerço sempre que posso o tal direito de opção pelo produto nacional. Já diz o ditado e muitas das vezes é bem verdade: o que é nacional é bom.

PS: adorava ir à china, mas aí não devo conseguir comprar produtos portugueses.

Um abraço e volte sempre

Sem comentários:

Enviar um comentário