O Dr Louçã foi ontem na RTP muito elucidativo sobre o que o BE pensa. Em particular registei a principal razão pela qual o BE se opõe à privatização daquilo a que chama "as àreas chave do Estado", que para o BE são a Saúde, Justiça, Telecomunicações, Energia e Educação (penso que não me esqueci de nenhuma). A razão é que uma empresa privada tem como finalidade o Lucro e este fim é contrário a decisões de investimento como por exemplo unidades de saúde para doentes terminais (penso que foi este o exemplo do Dr Louçã).
Este conceito do Lucro como finalidade unica de uma empresa é um conceito que eu julgava ultrapassado. Julgava isto porque já acabei da Faculdade há mais de 15 anos e já nessa altura estava ultrapassado e porque o conceito é em si errado.
As empresas existem para criar valor e dentro deste conceito de maximização do valor estão associadas as relações entre a empresa e os seus colaboradores, os seus fornecedores e parceiros, os seus clientes e os seus accionistas. Para esta criação de valor é necessário que a empresa tenha um negócio que traga vantagens para todas estas "entidades" e para isso a empresa tem de ter uma estratégia, um rumo e um plano de acção.
Notem que apenas para o accionista e parcialmente para os colaboradores se também o forem interessa o Lucro. Para as restantes entidades a forma de criar valor tem a ver com a utilidade dos seus produtos e serviços, a sua capacidade de se diferenciar, a sua capacidade de criar relações duradoiras.
Por contraponto a isto uma empresa que só queira maximizar o lucro vai ter uma actuação de curto prazo, não vai investir nos seus produtos, vai tratar mal os seus colaboradores e clientes e o mais normal é que não venha a ter uma vida longa.
Eu compreendo que ao BE convenha passar a imagem que vivemos num capitalismo selvagem em que os "patrões" exploram os "trabalhadores", mas não é assim em conceito e não é assim na prática.
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