Para já é só uma manifestação de vontades, é certo que pela segunda vez, mas bastou para que as vozes do costume se fizessem ouvir. Na entrevista que deu à RTP na quinta feira antes da decisão de Sampaio, Santana Lopes defendeu um governo com mais ministros, menos secretários de estado e com uma deslocalização de organismos. Na altura não houve comentários porque acreditavam na convocação de eleições. Mas como ontem em declarações à SIC e igualmente defendidas em Conselho Nacional e até porque deu exemplos, esta ideia de PSL já foi criticada. Sempre defendi a descentralização, mesmo a regionalização, como uma das mais importantes e corajoasas medidas que qualquer governo poderia tomar. Durão Barroso tinha dado os primeiros passos e avizinhavam-se outras. Pode ser que agora o espírito de Relvas tenha ainda mais peso.
O que não pode acontecer é deixar-se tolher pelos grupos de pressão. Os sindicatos como de costume protestam, e desta vez parece que vão ter o apoio da CIP, pois o seu presidente, Francisco Van Zeller, já veio defender a todo o custo a mega concentração em Lisboa. Com o argumento que desde César está provado está provado ser a melhor forma organizacional do estado. Pois.
Espero que chegado o momento de tomar essas e outras decisões, esteja devidamente sustentada e seja devidamente explicada. O país ganha se for esse o caminho. E ganham acima de tudo todos os portugueses, que não são apenas aqueles que vivem em Lisboa.
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