terça-feira, fevereiro 10, 2004

Porto sentido

Ver-te assim abandonado/Nesse timbre pardacento/Nesse teu jeito fechado/De quem mói um sentimento.(Rui Veloso)
Num dos melhores artigos sobre o Porto que tenho visto nos últimos anos, a revista Grande Reportagem, faz um grande serviço ás gentes do Norte. Não querendo fazer uma análise exaustiva, aqui deixo algumas partes.
"O modelo Gomes era imperial, o Porto quis para si um modelo de importância do Norte em que ele fosse o único protagonista. Uma espécie de Lisboetização do Porto".Sustenta Paulo Rangel, que gosta de repetir: O Porto que quer ser uma segunda Lisboa, não passará de uma Lisboa de segunda.
" A derrota da regionalização é muito difícil de digerir para as pessoas que estiveram directamente envolvidas nela. Era um projecto nascido no Porto."
" A classe empresarial do Norte não deu nenhum sinal pelo sim, e isso feriu de morte o processo." Quem o diz é Daniel Bessa.
Para mim o melhor vem com Rui Moreira. "apesar das nacionalizações, a máquina industrial do Norte não foi atingida e só começa a diluir-se com as privatizações." Paulo Rangel concorda e chama-lhe falta de visão. Que continua, "Gradualmente, e muito pelos êxitos sucessivos da grande marca da cidade-o Futebol Clube do Porto-, a Invicta torna-se refém da sua caricatura, da forte imagem de Jorge Nuno Pinto da Costa ou de um estilo truculento de fazer política, à lá Fernando Gomes, Valentim Loureiro ou Narciso Miranda, entre outros."
Paulo Rangel é categórico, "Acredito que o Porto já está a ultrapassar a fase de depressão, a derrota de Fernando Gomes, no final de 2001, é o fim de um projecto de cidade, aproveitado por Rui Rio, que tenta desconstruir tudo o que se tinha feito antes."
Nem vale a pena dizer mais nada.

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