segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Mais vale tarde do que nunca

Por razões várias só hoje posso cumprir o prometido e eleger aquelas que para mim foram as principais personagens do mês de Janeiro:

Nacional


A subir

VITOR CONSTÂNCIO - O Governador do Banco de Portugal tem demonstrado a importância de assumir de uma forma independente um lugar de natureza eminentemente técnica. Hoje Vitor Constâncio é uma referência na análise da nossa macro-economia. Quando entende critica o Governo e a oposição, no entanto parece hoje claro que é necessário continuar o esforço e consolidação orçamental; que a política de contenção salarial para a função pública é não só necessária, como irrepetível para o próximo ano; e que a margem para baixar os impostos é, neste momento,curta.

A descer

MÁRIO SOARES - Fui habituado a respeitar Mário Soares. Uma análise da sua vida política leva a que não se possa esquecer a sua influência em momento decisivos da nossa vida colectiva. No entanto, no último meio ano parece estar disposto a desbaratar todo um pecúlio que foi construindo. As suas intervenções têm feito esquecer a moderação de "um presidente de todos os portugueses". Têm feito esquecer o crítico da ideia de unicidade sindical. Têm feito esquecer o "amigo dos americanos". Têm feito esquecer um polémico político de centro-esquerda e trazem à tona um radicalismo de esquerda que deveria estar afastado dos dias dias de hoje. É pena que assim seja, mas é a vida.

Internacional

A subir

TONY BLAIR - O defensor da terceira via passou por um dos momentos mais apertados do seu consolado. Foi aprovado com distinção. O relatório Hutton retira da sua esfera pessoal qualquer responsabilidade na questão que envolveu o "relatório apimentado", e fez passar uma boa lei das propinas que com toda a certeza fará com que o ensino nas universidades inglesas possa ser ainda mais respeitado. Por muito que custe a oposição conservadora vai continuar a passar um mau bocado. Espero que Blair possa no futuro trazer bom senso que tanto tem faltado a alguns dirigentes europeus.

A descer

HOWARD DEAN - Um caso de entradas de leão e saídas de sendeiro. Por muito que dê gritos histéricos é a grande desilusão das primárias americanas. Favorito na linha de partida têm perdido terreno, mudou de director de campanha e encabeça uma candidatura com dificuldades financeiras. É o típico caso de falta de visão estratégica numa campanha eleitoral. Um caso a estudar.

Menção honrosa

JOSÉ MOURINHO - Treinador europeu do ano. Nem sequer vou gastar mais o meu latim. Parabéns Portugal.

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