sexta-feira, janeiro 16, 2004

Democracia e referendo (II)

Carlos Amorim afirmou hoje que concordava com o facto de não se poder estar a repetir os referendos "a la carte" só porque alguns não concordam com o seu resultado. Apesar de tudo continua a afirmar que existe uma clara contradição entre as afirmações do Primeiro-ministro e do lider parlamentar do PSD. Considera ainda no seu comentário que existe uma "demissão ideológica do PSD" assumindo-se o CDS como o "grande censor do regime".
Vamos por partes. Aquilo que justifica a disciplina de voto é precisamente o pressuposto ideológico de acordo com o qual os referendos não podem estar a ser repetidos constantemente apenas porque alguns não gostaram dos seus resultados. Passado esse período mínimo será natural que se assuma a liberdade de voto nos partidos que tradicionalmente a têm assumido, pois apenas nessa ocasião passa a estar em discussão o problema substancial da aceitação da despenalização do aborto. Fica então de uma só penada refutada a demissão ideológica e a putativa contradiçao de afirmações.
Em segundo lugar, não me parece que a afirmação ideológica um partido - que no caso presente nem sequer esta em causa - o possa colocar no lugar de censor do regime. Até porque em minha opinião as ideologias claras só servem para a engradecer a democracia.
Em segundo lugar

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