quinta-feira, setembro 25, 2003

Pai que é pai

Ontem levei as minhas filhas ao médico. Nada de mais, a consulta de rotina, mas obrigado na mesma pela preocupação. Quando entrei no consultório, o médico com o seu habitual sorriso e simpatia saudou a nossa chegada com um " olha um pai a fazer de mãe". Fiquei estarrecido mas contrapus prontamente: "Não, um pai a fazer de pai.". "sim, sim" retorquiu o médico e passamos ao que lá nos levava. No entanto, aquela saudação não me saí do pensamento. Será que sou de facto um bicho raro, que leva os filhos ao médico, os leva ás escolas e assume a responsabilidade de ser pai? Será que vivemos ainda numa sociedade na qual a educação dos nossos filhos fica a cargo de mães, avós e empregadas e claro ás escolas? Ou vivemos numa sociedade moderna, com perfeitas partilhas de tarefas entre pai e mãe, em que ambos são vistos como pedras base das familias? Fiquei, e ainda estou a pensar. É que este é um problema mais vasto do que uma simples ida ao médico. Engloba a constante culpabilização das escolas pela falta de educação dos nossos filhos, as televisões pela violência que incute e a economia liberal pelo aumento consumista das crianças. E afinal qual é o papel da familia e dos pais em particular? O meu eu sei e procuro cumprir. Educo os meus filhos em casa, deixando para as escolas o papel de ensinar, e desligo a televisão carregando num botão que o meu comando tem. Confesso que muitas das vezes sou impotente quanto ao consumismo, mas vou lutando e reconhecendo as derrotas. Pai que é pai actua, não é espectador.

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