De facto, apesar e ao contrário da retórica repúblicana e anti-neo-liberal (conceitos que, tal como o JAC tenho dificuldade em compreender) que dominam a nossa comunicação social e o discurso oficial, a defesa dos activos estratégicos é própria de lógicas colbertianas dirigistas e de pensamento de esquerda.
Como a recente crise bem demonstrou, a nacionalidade da detenção do capital nas empresas é completamente irrelevante. O que é relevante é a forma como o Estado, ou as entidades reguladoras, zelam pelo interesse público; em regra coincidente com o interesse dos consumidores.
Em Portugal, como bem sabemos, tanto a "influência" do Estado nas empresas e na economia, como as entidades reguladoras têm sido utilizadas para "empregar" os servidores dos partidos. Defende-se isso mesmo com o peso burocrático do Estado (para justificar a criação de institutos, autoridades e entidades), com a defesa de "centros de decisão nacionais" (como o Millennium BCP, o Sottomayor, a ANA, etc, etc, mas em particular a CIMPOR, GALP, EDP e PT) e, igualmente, a defesa de activos estratégicos nacionais.
A esquerda sempre gostou disto, apesar de criticar os resultados. O centro sempre beneficiou dos resultados, embora às vezes criticasse as soluções. A direita, pelos vistos, agora também gosta, por razões de "defesa externa dos interesses nacionais".
E a defesa de uma outra visão para o País, e para a nossa economia (tão necessitada de libertar as empresas para a criação de riqueza, emprego e competitividade), fica para quem!?!? Para a presidência da República!?
É preciso ter fé, para acreditar contra ventos e marés...
Duvido que sejam questões de féses...
ResponderEliminarFRF