domingo, maio 24, 2015

A Prolar, do Sr. Manuel


Limpando papel na casa que foi de meus pais encontrei ainda algumas facturas da Prolar.

A Prolar era a mercearia de bairro dos meus tempos de juventude.

O dono, o Sr, Manuel, era quem estava ao balcão e geria o negócio. Com ele trabalhavam uns marçanos que se encarregavam da distribuição diária, manhã e tarde, das encomendas pelos Clientes.

Aqui Clientes com letra grande, já que eles eram tratados verdadeiramente como tal, sendo o serviço da Prolar deveras personalizado.

Passava o marçano, deixava o arroz, as batatas, o azeite e perguntava: para logo, Sra. D. Maria José, mais alguma coisa? Numa emergência telefonava-se e meia hora depois chegava o marçano.

No fim do mês vinha o papelinho com o somatório descriminado e era passado o cheque.

Mas todo este serviço, além de comercialmente orientado para o Cliente, era ainda prestado de modo não agressivo para o ambiente.

A distribuição pelos marçanos era feita de bicicleta, os sacos e os pagamentos eram em papel, as garrafas de vidro e recicladas.

Aquelas velhas facturas lembraram-me o quanto nesta matéria recuámos.

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