sexta-feira, outubro 03, 2014

As florestas

Ser secretário de estado ou membro do governo deve ser um cabo dos trabalhos. O das florestas já vai na segunda demissão, o que nessa lógica seria um duplo cabo dos trabalhos. Primeiro foi Daniel Campelo que cumpriu cerca de ano e meio de mandato e agora temos a demissão de Francisco Gomes da Silva.

O PS claro que veio dizer que esta demissão é por uma questão de desvalorização das florestas por parte do governo.

Não me parece que assim seja, mas que é estranho isso é. No entanto estou certo de que este governo tem dado uma grande importância ás florestas.

Foram várias as iniciativas que a ministra Assunção Cristas lançou e participou.

Foi possível ver a senhora ministra a limpar florestas, Promoveu o investimento, E penalizou quem prevarica.

Sendo certo que é impossível agradar a gregos e a troianos, estou certo que é uma larga maioria das pessoas que estão contra a mudança da paisagem florestal com uma diminuição clara do pinheiro em detrimento de um eucalipto, que seca tudo em seu redor mas que tem um crescimento e rentabilidade a curto prazo superior à do pinheiro. Mas não estaremos a tomar decisões de curto-prazo? não estaremos nós a hipotecar gerações vindouras em troca de euros de curto prazo?

Espero que este assumir da ministra possa ainda permitir uma alteração na lei que vai permitir uma eucaliptização rápida do nosso país.

Em tempos defendi que o estado deveria atuar forte sobre o uso indevido das florestas ou mesmo do seu abandono que acaba por ser um uso indevido. Fui criticado mais a mais sendo eu um liberal diziam. Só que acima de tudo defendo que a minha liberdade acaba quando colido com a de um terceiro e mais a mais neste caso das florestas, elas sendo propriedade privada acabam por contribuir para um bem comum. É-me completamente indiferente a cor das paredes da casa do vizinho, ou se ele compra um quadro manhoso achando que tinha comprado um Van Googh. Mas meus caros com a natureza não se brinca e ela tem-nos ensinado isso, e sempre das piores maneiras.

Por isso fico contente ao ler que o governo se prepara para penalizar quem não cuida desse bem comum. É sem sombra de dúvida um primeiro passo, que gostaria de ver complementado com as restrições do eucalipto e uma defesa intransigente do pinheiro, que tantas e tantas vezes foram as nossas companhias numa soneca após um piquenique,


4 comentários:

  1. Este post do Carlos merece-me dois elogios.
    O primeiro tem a ver com o facto de se tratar de mais um post de alguém que esteve uns tempos ausente desta tábua mas que de há dias para cá nos vem deliciando com a sua prosa escorreita.
    O segundo elogio diz respeito à sua crítica face à “eucaliptização” do nosso país. Nota-se ainda alguma hesitação na crítica à ministra Cristas, que para certos sectores da agricultura portuguesa tem sido uma boa ministra por não fazer nada. O Carlos ainda tem esperanças, o que só lhe fica bem, mas que lhe vai custar mais tarde quando tiver de admitir que estas demissões florestais têm um fundo de quadro censurável e não estão desligadas da submissão da ministra aos interesses das celuloses. Mas há-de lá chegar.

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  2. Achas que o pinheiro precisa de defesa?
    um abraço
    JAC

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  3. Meu caro Douro, eu sou um homem cheio de fé e em especial na raça humana, que acredito faz tudo com boas intenções. Eu não posso acreditar que a ministra Assunção Cristas se tem deixado pressionar pelas celuloses, se bem que conhecendo bem matéria estou em crer que as pressões serão grandes, muito grandes e sempre com bons trunfos. E sim JAC, penso que o Pinheiro precisa de defesa.

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    1. Afinal, Carlos, há uma terceira razão para elogiar o teu post: conseguiste trazer o JAC das catacumbas, e é que vem animado, pois já comentou a implosão partidária e olarilolé. Olha, vais ver que somos mais que dois no “Viva o pinheiro!” (em letra minúscula, apesar de merecer maiúscula, mas vai assim para que não se confunda com certas espécies de letra grande que nem em letra pequena merecem citação).

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