segunda-feira, janeiro 13, 2014

Congresso do CDS - parte 1



Não ia a um congresso do CDS desde 2006 quando da realização do XXI que decorreu na Batalha. Já lá vão 8 anos. Fui desta feita a Oliveira do Bairro como observador convidado e nessa condição vou dar nota do que observei lá e do que “observei” antes mas que se reflectiu no congresso. De forma solta e sem qualquer ordem. Em vários posts.

1)      A explicação sobre a demissão irreversível de Portas
A demissão de Portas não terá sido devidamente explicada no congresso como de resto se percebeu ser a vontade de muitos militantes. Mas também Portas não o podia fazer pois iria revelar o que o motivou e o que “tinha que ser tinha muita força” segundo palavras do próprio.
Na minha “observação “, feita e escrita na altura, Portas quis mudar o rumo do governo e ganhar preponderância na política económica. Foi uma jogada arriscada mas que acabou por correr bem. Para Portas, que conseguiu o que pretendia e para o governo que ficou mais coeso. E por fim para Passos Coelho que dessa forma condicionou o CDS e Paulo Portas que perderam espaço de manobra para criticar e se distanciar das politicas mais duras.
Será perdoável? Esquecida? Compreendida? O futuro encarregar-se-á de dar a resposta, mas o certo é que para já o resultado da mesma é positivo. Basta olhar para a actuação do governo e para os resultados da economia portuguesa.

2)      O congresso
A história deste congresso estava de resto mais ou menos escrita, havendo muitos poucos espaços em branco para preencher e mesmo o final da história era já conhecido.

Como tal era um congresso sem grande animação mas no qual poderia ter havido um pouco mais de debate, apesar do sempre elevado número de inscritos para falar. O que existiu foi feito com elevação e respeito mas ainda assim foi curto..

Apesar do bom aspecto visual do espaço, este acabou por nunca aquecer mantendo-se sempre em ambiente morno.

Mas desde a primeira hora que havia alguns erros de casting. Normais diga-se. É que moções globais efectivas eram apenas duas. A subscrita por Paulo Portas e a subscrita por Filipe Anacoreta Correia. Todas as outras com boas ideias e bem escritas acabavam por ser complementares da A como de resto se viu ao serem retiradas em seu favor e assim não chegarem a votos.

No final, o congresso sufragou a moção de Portas com números esmagadores e dessa forma acabou por não haver disputa para a liderança, pois Filipe Anacoreta Correia (FAC) tinha anunciado que era candidato a presidente mas apenas e só se a sua moção fosse a mais votada.

Para o Conselho Nacional apareceram 3 listas, a de Paulo Portas, a do Movimento e uma terceira surpresa encabeçada por Luis Lagos que acabou por eleger 3 delegados o mesmo número que o Movimento perdeu relativamente ao último congresso. Ou seja, no final tudo na mesma. 

Uma última nota para a eleição do Conselho de Jurisdição, órgão muitas das vezes renegado para segundo ou terceiro plano mas fundamental para que não existam acusações de perseguições e uso de autoritarismo. A sua composição acarreta um sinal positivo pois é composto por elementos das várias tendências.


Em conclusão cada um representou o papel que lhe estava destinado. Sem surpresas. Mas ainda assim o CDS acaba por sair reforçado deste congresso.

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