Tenho amigos no PS, PSD e CDS mas quem me conhece sabe que
dificilmente participaria num projecto partidário como militante.
Por feitio, por falta de tempo e por falta de ambição de ter
um cargo político. Gosto de passar incógnito e gosto muito da minha actividade
profissional.
Nesse sentido, peço desculpa aos meus companheiros de blog,
em particular, aos militantes do CDS por estar a "meter a foice em seara
alheia" mas a tentação foi demasiado grande.
Passaram-se (ontem) 2 anos desde que temos um governo de
coligação, um governo para um momento único da nossa democracia.
Em junho de 2011, tinhamos uma coligação PSD-CDS
subscritores de um memorando de entendimento com a troika previamente negociado
com o PS.
Tinhamos a consciência que tempos difíceis viriam com o
acordo (o tal bom acordo segundo Sócrates) mas também condições únicas para
implementá-lo, melhorá-lo e efectuar uma profunda reforma do Estado.
O PSD assumia-se como o partido do emagrecimento do Estado,
o CDS (em particular, o Dr. Pires de Lima) a voz da economia. O PS, frágil e com nova
liderança, disponível para compromissos.
O que temos passados estes 2 anos? Entre a auto-suficiência
de Passos Coelho e as trapalhadas de Relvas, uma Europa pouco solidária e em ajustamento orçamental;
entre um CDS ignorado e um PS humilhado, um Presidente cada vez mais isolado;
entre o sucesso do ajustamento financeiro e a espiral recessiva da economia, um
povo pobre e desanimado.
O próximo congresso do CDS será uma oportunidade para
clarificar a posição do partido: entre o instinto de sobrevivência e a sua
matriz ideológica original, o CDS terá que discutir abertamente que equilíbrios
serão úteis ao partido e, sobretudo, ao país.
Na minha perspectiva, Portugal precisa de partidos
pragmáticos disponíveis para entendimentos em prol do país!
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