Sérgio Sousa Pinto, que como é sabido não cabe
nele próprio, afirma hoje no Público, como se de uma pérola se tratasse, que o
Governo precisa de compreender que existe um conflito de interesses entre nós
(Portugal) e os credores.
Estou convencido, Sérgio que me perdoe, que por
muito incompetente que este Governo seja, matéria sobre a qual não me vou por
ora pronunciar, não deve ter existido um só dia desde a data da tomada de posse
em que ele não se tenha confrontado com esta evidência.
O Governo, como eu próprio e milhares de
portugueses, conhecemos de perto este facto que Sérgio Sousa Pinto nos oferece
de borla. Mais: sabemos muito bem que, provavelmente, o principal interesse em
conflito talvez seja o do credor querer receber e o devedor não querer ou não
poder pagar. É assim há milhares de anos.
Pretender retirar-se desta circunstância que o
problema se resolve sendo duro nas negociações com os credores ou simplesmente dizer-lhes
“não pagamos”, sobretudo quando necessitamos permanentemente de recorrer a crédito
para cobrir os sucessivos e inevitáveis défices, é ingenuidade, estupidez ou má
fé.
Quem desprezou esta óbvia realidade, e por isso
estamos como estamos, foram os amigos de Sérgio Sousa Pinto que nos governaram
ao longo dos tempos, de braço dado com os credores quando era preciso, apesar,
estou certo, de ele os ter com certeza avisado do conflito de interesses.
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