sexta-feira, janeiro 25, 2013

Pernas para que te quero?


Há 4 dias, um Secretário de Estado do ministro Relvas foi notificado de um despacho de acusação do crime de prevaricação de titular de cargo político. Passados 4 dias de ‘reflexão’, o Sr. Secretário demite-se invocando motivos pessoais. O ainda ministro Relvas aceita-lhe a demissão ao mesmo tempo que o elogia profusamente. Você disse um crime de prevaricação?

Dois inspectores-chefes da PJ assestaram um arraial de pancadaria num funcionário da CP (para que confessasse o desvio de dinheiro da bilheteira) a murro, a pontapé e com uma tábua na ponta dos pés, de modo que o infeliz foi para o hospital no dia seguinte ao interrogatório com costelas partidas e uma série de hematomas e escoriações. Isto passou-se no ano 2000 mas foram precisos quase 13 (treze) anos para os tribunais condenarem os ditos inspectores por terem assim torturado o desgraçado, que aliás viria a ser absolvido da acusação de desvio de dinheiros. Qual a pena aplicada aos inspectores da Judiciária? 2 anos e picos de pena suspensa.

O actual presidente da Câmara de Faro, condenado em todas as instâncias, incluindo o Tribunal Constitucional, à perda de mandato por violação das leis de ordenamento e de urbanismo em actos praticados enquanto presidente da Câmara de Tavira, deu hoje uma conferência de imprensa para anunciar que não aceita a decisão dos tribunais e que permanecerá no exercício das funções de presidente da Câmara de Faro.

Parece que aqueles dois comboios que, por ‘deslizamento’ nos carris, se engalfinharam um no outro em Alfarelos estariam possuídos por algum espírito maligno ou terão sido alvo de algum mau olhado, visto que o relatório da REFER/CP ao acidente não conseguiu chegar a nenhuma conclusão sobre as razões do ocorrido. Entretanto, a autoridade europeia de segurança ferroviária declarou o dito relatório como inaceitável do ponto de vista técnico e prepara-se para processar o Estado português pelo facto de a entidade que devia investigar o caso, o Gabinete de Investigação de Segurança e de Acidentes Ferroviários (GISAF) estar sem director há 3 anos e não ter sequer um técnico habilitado.

Chama-se a isto um país?

A mim o que me admira é que, em vez dos 200.000 portugueses que emigraram nos últimos dois anos, não tenha sido o grosso da população a fugir para lá dos Pirinéus ou para mais longe ainda.

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