Todos conhecem essa mania do Dia disto e
daquilo, ou contra isto ou aquilo. É uma versão moderna da ideia de cada dia
ter o seu Santo e já não faltará muito para alguém se lembrar de instituir o
Dia de Todas as Causas.
Mas de há uns tempos a esta parte apareceu também a prática do Ano disto e daquilo. A Comissão Europeia descobriu nisso um filão de propaganda e recordo aquele ano que era suposto ser o Ano Europeu da Segurança Rodoviária, que decorria sem incidentes, ou seja, sem que ninguém desse por ele, até que um funcionário zeloso reparou que o ano estava a findar e que era oportuno a Comissão propor uma legislação qualquer. Vai daí, saíram à pressa com uma proposta obrigando a equipar as rodas dos ligeiros com umas lapelas parecidas com as dos pesados. Enfim, uma risota que acabou no caixote do lixo, juntamente com as resmas de cartazes que ninguém quiz pendurar.
Mas não deixam de trazer algum ‘leite’ e
proveito, pois são um bom pretexto para limpar lixo, caiar umas paredes,
entreter as massas, dar emprego a vários e, quem sabe, distribuir, malgré tout,
algum conhecimento ou estimular alguma curiosidade.
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