terça-feira, abril 24, 2012

25 DE ABRIL (NEM) SEMPRE

Parece que já nem os capitães de Abril estão para celebrar o 25 de Abril. Bem os compreendo, também não me puxa muito nos tempos que correm. Invocam os capitães, para justificar a ausência, que o actual Governo deixou de reflectir o regime democrático herdado do 25 de Abril e consagrado na Constituição. Para lá de disparatado é também muito pouco democrático este argumento. A democracia esteve, como sabemos, muito mais em risco por causa de alguns dos militares de Abril do que em consequência do Governo Passos Coelho.

No entanto, em boa verdade, isto nem sequer é uma notícia dada a irrelevância para a generalidade dos portugueses do pensamento do Capitão Vasco Lourenço, decorridos 38 anos desde o 25 de Abril. Porventura existirá aqui alguma ingratidão, concedo, mas as coisas são o que são.

O que já é notícia, embora não seja surpresa tendo em conta as suas atitudes recentes, é o facto de Mário Soares ter aderido a esta tolice e, em solidariedade, se preparar para também faltar às comemorações oficiais. Soares, pelo seu percurso e pelas funções que exerceu, tinha obrigação de ter mais juízo e podia-se ter poupado (a ele e a nós) a tão desastrada figura. Não sei se era essa a intenção mas bem não fez nenhum à memória do 25 de Abril.

2 comentários:

  1. Os capitães que após Abril se agarraram ao poder dizendo querer uma democracia nunca souberam o que ela era.
    O pré-aviso de greve agora lido pelo sr. Lourençote de Melena e Pá só mostra que os ditos capitães, com mentalidade de sargentos e salários de oficiais superiores, passados estes anos continuam a não entender o que é uma democracia e arrogam-se do direito de insultar publicamente a maioria que elegeu este governo e se continua a revelar como tal nas sondagens.
    O Fixe e o Patusco logo aderiram à convocada greve. Espanta-me que alguém se surpreenda com isto.
    Sampaio demarca-se mas vai avisando que não sabe se poderá ir.
    Eanito El Estático responde pronte! Mas não rirá, para não ficar feie.
    Seguro irá às comemorações da AR. Irá formoso, não seguro, mas irá. Lá dentro dará umas no cravo. Cá fora outras no pé do dito para tentar ficar de bem com deus e com o diabo. Até por que o seguro morreu de velho. E até D. Prudência esteve no funeral...
    FRF

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  2. VAMPIROS SACIADOS
    Independentemente do que tenha sido o 25 de Abril, registe-se a cambalhota dos que fizeram boa vida á sua sombra, abandonando a celebração na hora do catastrófico balanço de que foram fatidicamente responsáveis. Comeram-lhe a carne, roeram-lhe os ossos, e já sem carcaça vão-se quais abutres sempre a cheirar sangue fresco. Em vez de homens de luta, renegados em fuga. Este parte, aquele parte, levam amigos também ruminando a arrotar o “depois do adeus” em grunhidos sinistros. Ao rei da república, que melhor seria que se tivesse escondido quando foi o primeiro governante pós revolução a ir á esmola e descaradamente abafou o socialismo, abriram-lhe a gaveta e mostrara-lhe-lhe a careca. Um conhecido comentador que andou anos a avisar do caminho para o abismo, disse-lhe ontem que se devia ter lembrado de destroçar “quando me apelidava de pessimista e catastrofista”. Não descartando ou diluindo a parte que lhe cabe e que para o bem ou para o mal a história não vai esquecer, aplauso para a decente, frontal e assumida postura do Partido Comunista a tal propósito. “No entender do PCP, «nenhuma actuação de qualquer governo», presente ou passado, «por mais violadora dos valores de Abril que o seja - como há sucessivos anos o é - pode apagar ou justificar que se elimine» a «valorização e significado» do 25 de Abril. Finalmente, não resisto á tentação de transcrever o comentário de uma leitora no DN: “Quando o dinheirinho da CEE entrava a rodos sem que ninguém levantasse um dedinho a perguntar pela soberania do país (também a perdemos, e bem, nessa altura), quando sabia muito bem o acesso fácil ao crédito na ilusão de que se vivia muito bem em vez de se produzir, toda a gente cantava o "Grândola Vila Morena" de cravo vermelho na lapela. Agora que se está a ver a *** que foi feita durante anos e anos, já assobiam para o lado do "eu não tenho nada a ver com isto!"”

    RAIS PARTA ISTO
    Apoderaram-se da democracia com um sistema em circuito fechado. Ninguém se mostra capaz de provocar uma fuga de gaz que indza uma detonação para limpeza de resíduos tóxicos. Todos gemem, choram e ajoelham ou vociferam na hora dos discursos que nos consomem em agonia lenta, e de que não somos capazes de despertar. Assistimos e partilhamos deste penar vai para quatro décadas sem um abanão que faça tresmalhar os donos do circo. Os que nos induzem a focar inertes na praga dos discursos repetidos até á exaustão, inconsequentes, mascarados e fraudulentos, são os mesmos que se vão aconchegando á conta de um Zé Povinho amorfo e adormecido. De uma lei eleitoral decente que inclua o povo nas decisões da Res-Pública não falam eles. Se não for ao empurrão, estes ocupas marginais não largam a gamela.

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