terça-feira, fevereiro 28, 2012

Incoerências

O CDS, como sublinhava há dias no Cachimbo PPB, sempre teve posição clara e negativa nas questões da parentalidade em casais do mesmo sexo, sendo contrário quer em relação à adopção de crianças por casais do mesmo sexo quer à consagração da procriação medicamente assistida em método alternativo de procriação em favor de casais do mesmo sexo.
Pelos vistos, agora, o "progresso" tomou, lamentavelmente, voz activa em alguns deputados do CDS. Nas votações e discussões destas matérias o partido, alguns deputados do Partido, já não o revelam fiável.

Por mim, aqui, em todas as ocasiões, nos órgãos próprios (quando finalmente reunirem, conforme há muito vem sendo pedido) partidários serei sempre uma voz contra estas incoerências em relação à doutrina do CDS.
Convém aqui,a propósito, lembrar o art.º 2.º dos Estatutos do CDS:
São fins do CDS - Partido Popular:
a) Colaborar na democracia pluralista em Portugal e defender os ideais de Portugal na consolidação do projecto da União Europeia;
b) Propor para a sociedade portuguesa um modelo assente nos valores éticos, sociais e democráticos do humanismo personalista de inspiração cristã;
c) Contribuir para o exercício dos direitos dos cidadãos e para a determinação da política nacional, designadamente através da participação em eleições e de outros meios democráticos;

d) Definir programas de governo e de administração;
e) Participar na actividade do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais;

f) Promover a formação cívica e o esclarecimento e doutrinação política dos cidadãos, difundindo o ideário democrata-cristão;
g) Estudar e debater os problemas da vida nacional e internacional, tomar posição perante eles, criticando quando for caso disso, os actos do Governo e da Administração Pública e defender os interesses de Portugal nas organizações de que faz parte, acompanhando com especial interesse a participação na União Europeia e na Comunidade de Países de Língua  Oficial Portuguesa;
h) Promover o estabelecimento e o reforço de laços de solidariedade e relações privilegiadas, no quadro dos princípios que defende, com todos os portugueses onde quer que se encontrem e, em geral, com as regiões do mundo que eles descobriram, povoaram e desenvolveram, nomeadamente com as comunidades emigrantes e as populações dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, do Brasil, de Macau e de Timor;
i) Em geral, contribuir para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das instituições políticas e democráticas em Portugal.

6 comentários:

  1. Já era hora de alguém denunciar estes políticos quem nem a "cor" do seu partido defendem...

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  2. Caro Zé,

    Passo a transcrever uma troca de posts que tive no Facebook a este propósito com um amigo católico conservador. Eu próprio não serei um católico progressista...

    P.-Que deputado do teu partido votou o projecto de adopção por casais homosexuais?
    R.- Caro Pedro, foi o Adolfo Mesquita Nunes. Um excelente Deputado, mas acima de tudo, um político e um homem honesto, de convicções e corajoso. Sempre assumiu publicamente uma posição diferente da corrente maioritária do partido nas ditas "questões fracturantes" e nunca enganou ou escondeu o seu pensamento de quem o elegeu. Não é um caminho fácil. Discordo do Adolfo em muitas matérias, mas a sua rectidão de carácter e seriedade intelectual fazem-me dedicar-lhe o máximo respeito e amizade.
    P.- A democracia constrói-se com unidades, não com unicidades. Se o dizes, o essencial esta preservado. Abraco

    Vejo o CDS como um partido fiel a certos princípios, mas capaz de acolher quem pense diferente, preservando a unidade. À esquerda é que encontrarás exemplos de partidos de pensamento único.
    Mais,não encontro escandalo no nosso eleitorado, que tem uma noção de respeito e de liberdade muito particular. Encontro de facto muita indignação em radicais que nos exigem obediência cega à sua linha de pensamento, mas na hora da verdade votam PPD. Para esses, não tenho pachorra. Nunca pudemos contar com eles, nada lhes devemos.

    Um abraço do,
    Raul

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    1. Caro Raúl
      Agradeço o teu comentário.
      Por mim, o Catolicismo, a tua e a minha religião, não deve ser trazida para aqui. As características, as particularidades de cada deputado também não. O ponto não é a tolerância, mas o não ao relativismo e à incoerência com os estatutos e o programa do partido. Um partido fiável como tanto sublinhámos na campanha que elegeu os nossos deputados.Um abraço JGG

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  3. Nunca se viu o que se está a passar. Um partido que até teve como lider parlamentar, um não cristão, o Prof Narana Coissaró, nunca teve deputados a votar ao contrário nestas matérias que não são religiosas, são de outra natureza.

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  4. aos dois: a quem podiam ser entregues os v/filhos?

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  5. Raul Almeida dixit

    Vejo no CDS um partido fiel a certos princípios mas que capaz de acolher quem pense diferente"

    Pergunto:

    Em que situações é que no cds há liberdade de voto ?

    É a regra ou a excepção ? Há algum limite?

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