Antigamente chamavam-se ao aprendizes de caixeiro « marçanos ». Hoje já não há disso, pelo menos nas lojas ou nas mercearias. Mas a mentalidade de marçano não desapareceu: em vez de nos trazerem batatas e azeite a casa, trazem-nos em discursos, em entrevistas ou em artigos as encomendas do dia. Trocaram o avental e a alpaca por camisas de colarinho italiano e já não calçam botas de atacadores de corda mas sapato mocassim preto lustrado.
Embrulham o arroz carolino em frases do género “mais vale tarde que nunca”, “fazer melhor com menos”, “este acordo é melhor do que nenhum”, “temos de ser eficazes a descentralizar”, “vamos sair mais fortes”, e outras pérolas idênticas, tão ocas como o seu pensamento. Dizem-se e desdizem-se sem pestanejar e são mesmo capazes de afivelar um ar pungente e de enrugar a testa como se acreditassem que de facto o pacote traz mesmo um kilo de açúcar ou a dúzia de ovos que o freguês pediu.
A cimeira de Durban foi um fracasso mas para o Pedro Paulo foi um progresso.
A descentralização tem de ser eficaz mas para o Paulo Júlio não é tempo para regionalizar.
Onde antes se defendia um referendo, agora não senhor pois, apesar de se perder autonomia orçamental, não se trata de eleger nenhum presidente (disse-o Paulo Portas). Até o Francisco José emenda a mão para tranquilizar os destruidores do Vale do Tua.
Nem gorjeta merecem.
gorjeta??? nem pensar...um chuto num certo e determinado sitio...isso e que era
ResponderEliminarDouro
ResponderEliminarEstamos cercados. E cercados por dentro...
Um abraço
JAC