sexta-feira, outubro 21, 2011

Ir para além da Troika

Tornou-se comum ouvir o termo ir para além da Troika. Numa determinada perspectiva, a expressão é utilizada como crítica política quando são apresentadas medidas adicionais de redução de despesa pública ainda mais exigentes às previstas no acordo com a Troika.
Numa outra perspectiva, provavelmente mais desejável, a expressão é interpretada como libertar a Economia, a Sociedade Civil e a Iniciativa Privada dos constrangimentos e pseudoregulações do Estado de modo a promover maior investimento nacional e estrangeiro no nosso país.

No entanto, trata-se, a meu ver, de uma falsa questão. Há que ser pragmático. O que a Troika exige, sobretudo, é que se cumpram determinados valores de défice e de dívida. É imposto um exigente conjunto de medidas como meio de os atingir, mas o essencial é que se cumpram os desejados valores de défice e dívida para Portugal voltar a poder financiar-se nos Mercados após a vigência do Acordo.

Cabe ao Governo (se possível com o maior partido da Oposição) trabalhar no sentido de cumprir o acordo e encontrar o melhor equilíbrio possível entre as duas perspectivas referidas anteriormente. Pôr as contas em ordem é também permitir um correcto financiamento da Economia e desse modo melhorar o ambiente económico e competitividade do País

Tanto mais quando há a evidência de que as medidas previstas no acordo da Troika já não serão suficientes para cumprir a tão desejada redução do défice... Triste a nossa sina.

Uma outra questão é a distribuição dos sacrifícios. Mas isso já é outra história...

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