sábado, junho 18, 2011

Um governo geracional

Quando foram conhecidos os nomes dos ministros deste governo que não sendo de salvação nacional tem por missão salvar a nação, a minha primeira reacção foi de satisfação. Olhei e vi gente capaz e jovem. Não vi lá os cabelos brancos que mais não eram do que protagonistas de histórias passadas e que não acrescentavam nada de novo. E pelos vistos este é mesmo o governo mais jovem desde 74. Ou seja chegou a hora de uma geração que viveu a sua juventude já no período pós revolução e sem os seus dramas e traumas. Os 11 ministros mas o seu primeiro ministro não tem o complexo de direita nem serão acusados de passados anti-democratas e coisas afins. Enfim livres como canta o hino da juventude centrista.

Confesso que me causou alguma surpresa ao saber quem era o ministro das finanças, isto porque de facto não o conhecia. Mas o passado que aporta é suficientemente credor da sua escolha. Gostei da aposta no ministro da economia. Brilhou nos últimos tempos com as suas intervenções públicas e com a demonstração de um conhecimento profundo das causas da nossa crise e acima de tudo com a apresentação de soluções para dela sair.
Pacificas a escolha dos ministros dos assuntos parlamentares e do ministro da administração interna. Interessante a nova ministra da justiça, que costuma ser combativa e muito critica do sistem vigente o que deixa boas prespectivas. A escolha do ministro da defesa demonstra um espirito de abertura de passos coelho aos seus antigos adversários nas eleições internas que é louvável. Na educação tivemos talvez a menor das surpresas. O seu percurso profissional deixa antever um bom trabalho. Na saúde talvez a maior surpresa, mas nem por isso. O seu curriculum até o apontava para as finanças, mas se pensarmos melhor poderá colocar em prática todos os seus conhecimentos de maximização de recursos num sector que precisa urgentemente de ser reinventado. E por fim os nomes do cds.

A escolha de Paulo Portas como MNE não é surpresa para ninguém e antevejo períodos aureos para a politica externa portuguesa. A ida de Assunção Cristas para um dos ministérios que foi bandeira eleitoral do cds demonstra empenho da deputada revelação e acima de tudo uma aposta do líder do CDS. Por fim Pedro Mota Soares é claramente a demonstração de Paulo Portas do premiar do mérito e capacidade de trabalho, num ministério que vai ser alvo de enormes pressões sociais e que irá obrigar a uma tarefa herculea mas que estou certo será superada com distinção.

Agora, o trabalho é imenso e terão sobre eles 10 milhões de portugueses, que tendo ou não votado nos partidos do governo, esperam que os façam sair deste buraco em que o despautério de sócrates nos colocou. Bom trabalho.

2 comentários:

  1. Para desassossego de jornalistas/comentadores que não disfarçaram exaltadissimo mal estar. Eu desmonto já: Estavam mobilizdos para atacar pelo lado lado da velhice e desancar por exemplo no senhor dos pelinhos. Saiu-lhes o tiro pela culatra. "Claramente uma segunda escolha" foi um dos inenarráveis mimos da noite. Do mal o menos, comparando com exércitos de jornalistas de refugo para não variar. Num dos debates televisivos do serão, sempre que um dos participantes tentava desmontar as rebuscadas falácias, principalmente certas senhoras em serviço continuo, entravam em tal berreiro que não o deixavam falar. Foi febre geral, em noite de desespero com más digestões.

    ResponderEliminar
  2. Caro Carlos,
    Concordo que, na saúde, terá havido surpresa.
    Discordo, porém, que o curriculum do escolhido o apontasse antes para as finanças.
    Ao que julgo saber, Paulo Macedo era quadro do Ocidental (seguradora do BCP) entendido em sistemas informáticos, razão por que foi chamado para a Médis que era então um poço sem fundo de reclamações.
    Razão também por que mais tarde foi pedido para a DGI, onde implementou novos e mais eficientes sistemas informáticos.
    Na adm. do BCP parece ser hoje um importante apoio do seu Presidente em matéria de controlo das suas constas.
    Tenho pois para mim Paulo Macedo, não como um fiscalista, mas antes como um entendido em sistemas de controlo.
    E não será disto que o nosso sistema de saúde está hoje tão necessitado?
    Um abraço,
    FRF

    ResponderEliminar