quinta-feira, maio 05, 2011

Ulrich sem papas na língua

Fernando Ulrich é sem sombra de dúvidas uma voz desassombrada e que diz o que tem a dizer. Sem medo. As suas declarações de hoje são no mínimo bombásticas. Aqui fica um excerto:

O acordo alcançado entre o governo e a "troika" é o melhor que podia ter acontecido em Portugal, considerou o presidente do BPI, que falava numa conferência na Universidade Católica, no Porto.



«É um excelente programa. Obviamente que se entrasse agora na análise medida a medida há umas de que gosto mais e outras de que gosto menos. No conjunto penso que é um bom programa adequado às necessidades do país», comentou.

Para o presidente do BPI, as políticas públicas foram o maior falhanço dos últimos anos e há muito que o pais precisava de mudar o caminho, prova disso é o conteúdo do acordo.


«Se compararmos estes documentos da "troika" com aquilo que o PS fez, não só para chegar ao poder como desde que está no poder, não há contradição maior, mas se eles estão contentes em vir também fazer o programa que o país precisa, que por acaso é mais do partidos da oposição, óptimo», acrescentou.

E se ainda houver gente que acha que o PS de Sócrates é uma viabilidade recomendo a mesma universidade que Ulrich sugeriu para se perceber como aqui se chegou: a de psicologia.

3 comentários:

  1. Meu caro Carlos,
    Tem lá paciência, mas não posso assentir no elogio do desassombro.
    Não admira que Fernando Ulrich esteja de acordo com o acordo: a banca fica com a parte de leão (15% daqueles tantos biliões, não é?).
    Os bancos continuarão a dar lucros, e os gestores continuarão a receber salários milionários, podendo, ainda por cima, dar-se ao luxo de criticar tudo e todos, como se as responsabilidades da crise (e mesmo dos erros governativos) lhes não fossem também assacáveis, directa ou indirectamente.
    Deus nos livre de gente que enriquece à sombra dos governos (socialistas e não só) e surge depois como arauto do mercado livre.
    Mas, não ligues, se calhar só digo isto porque vou perder logo o jogo do Porto, no comboio de volta de Lisboa.
    Abraço
    Rui Marrana

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  2. rui deve de ser do comboio. até posso admitir que ele como outros fala quando mais lhe convém, mas o certo é que quando fala é sempre directo. Olha que foi o BPI o primeiro a apresentar estudos que davam nota do caminho que tomavamos, que disse que iamos chocar com uma parede.Boa viagem

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  3. Fernando Ulrich distingue-se, de facto, pela frontalidade e isso não é de hoje. Lembro-me de o ver a falar sozinho contra todos os seus colegas da banca, quase todos muito dados ao beija-mão governamental, seja qual for o governo.
    Isto dito, depois de defender que «as políticas públicas foram o maior falhanço dos últimos anos, Ulrich devia ter acrescentado que as políticas de concessão de crédito por parte dos bancos foram o segundo maior falhanço dos últimos anos.

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