sexta-feira, abril 29, 2011

Um boné escocês


A agricultura deve ter um ministério ou uma secretaria de Estado ?
Parece que há por aí umas pessoas, das tais que não sabem distinguir uma couve galega de um repolho mas que de vez em quando põem um boné na cabeça e vão petiscar chouriço ao campo, que se dão ares de grandes defensores do mundo rural por reivindicarem um ministro.

Julgam que a política agrícola é gerir os envelopes de Bruxelas e esticar quotas. Sentam-se nessa visão burocrática e corporativa da mesma maneira que se sentam no tractor emprestado para a foto, a ajeitar o colarinho. E entendem que essa força de vontade de irem de vez em quando dar uma palmada no rabo de uma vaca os transforma por si só em campeões da bosta.

Nunca lhes passou nem passará pela cabeça questionar o modelo intensivo e extensivo da dita agricultura ‘moderna’, das armadilhas dos auto-denominados produtos fitossanitários (o nome catita das químicas com que encharcam a terra e contaminam as napas), da progressiva destruição dos nossos pinhais por esse eucaliptal monstruoso que suga e seca, e ainda menos de uma PAC europeia atrofiante.

Políticos de aviário, diria eu.

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