De Lisboa vai-se ao Norte. O que se faz pela auto estrada do Norte.
Do Porto, vai-se a Lisboa, mas seguindo pela A1.
De Lisboa também se vai ao Sul.
Do Porto, vai-se ao Alentejo ou ao Algarve, mas não ao Sul
De Lisboa vai-se ainda ao Oeste (buscar as alfaces que a caracterizam).
Do Porto vai-se ao Minho ou a Trás-os-Montes, mas não ao Norte.
De Lisboa o Norte parece longe.
Para uns, ir ao Norte é uma viagem.
Para outros, uma aventura que se conta aos amigos.
Do Porto, ir a Lisboa é uma normal deslocação a um serviço público.
Ou a uma qualquer reunião com a administração de uma empresa com sede no Norte.
Tudo, naturalmente, para tratar assuntos do Norte.
Ah! Vem do Norte? Ouve-se em Lisboa...
Só quando fui estudar para Lisboa percebi que era do Norte.
Será que o Norte existe apenas porque assim o chamam em Lisboa?
Ou existe mesmo e só andará algo desnorteado?
Isto já considerando o desnorte que hoje nortea todo o país.
De todo o modo, biba a penca, bibam as tripas e benha o simbalino...
Existe Portugal, pelo menos enquanto formos capazes de evitar que o transformem na tal jangada de pedra que parte à deriva.
ResponderEliminarMas este país tem sido maltratado e desprezado por alguns que lhe têem aumentado a cabeça e desconfiado dos que na "província" resistem contra o declínio.
Sim, há um norte, FranciscoRF, um norte dum país mal-amanhado, e há um interior de norte a sul igualmente esquecido e ignorado.
Esse "norte" não é contra o sul, Lisboa ou o Algarve. Esse "norte" é por uma outra ideia de Portugal, outra ideia de coesão e de subsidariedade no exercício do poder político.
É fácil acusar de separatistas ou de retalhadores os que lutam contra o actual centralismo do país. É fácil até porque é falso. Os separatistas são os centralistas que separaram a cabeça do corpo e que atrofiam este, e é sinal de vida, ainda de vida, que os membros lutem pela unidade assumindo-se como Norte, interior, Centro, e o que mais fôr, pois são esses que recusam a jangada.
amen
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