segunda-feira, maio 03, 2010

SEM RUMO

Embora não tenha a menor afinidade política ou ideológica com Gordon Brown, muito menos empatia pessoal, não deixo de ter alguma pena dele neste ocaso da sua vida política.
Deve ser muito duro uma pessoa considerar-se a si próprio um ser predestinado com uma missão a cumprir e tudo correr mal.
Depois de ter esperado anos e anos pela sucessão de Tony Blair, a governação de Gordon Brown foi uma catástrofe (nem sempre por culpa exclusiva dele) e há poucas dúvidas de que vai sair no próximo dia 6 de Maio pela porta dos fundos de Downing Street.
O mais curioso é que ele (e aqui faz-me lembrar Sócrates) não tem a menor noção de que as suas políticas foram um desastre e continua a considerar, contra a realidade, que elas são boas e propõe-se prossegui-las.
A verdade é que é difícil encontrar um país europeu com uma sociedade mais “quebrada” do que o Reino Unido e mais fracassada em áreas tão fundamentais para os cidadãos como as da segurança, imigração, educação, economia e finanças e política fiscal. O défice das contas públicas é pavoroso (fala-se em 12%) e o crescimento económico residual. Como pode Gordon Brown querer ganhar as próximas eleições com um manifesto a dizer que vai no rumo certo?

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