terça-feira, maio 18, 2010

A Fé do Sr. Inginheiro

Discordo totalmente do Sr. Fernando Ulrich. O problema não é de financiamento.
Discordo frontalmente do Sr. Daniel Bessa. A questão não é de tesouraria.
(confr. declarações insertas na posta anterior)

Ambas estas dificuldades (do momento), tanto a de financiamento como a de tesouraria, são apenas sintomas de um mesmo mal, o persistente défice público.
Sendo esta a verdadeira raiz do problema, é esta que tem de ser atacada. Já e em força.

É pois na solução deste problema que temos de concentrar as nossas atenções, o nosso trabalho e os nossos sacrifícios. O que implica um plano sério. E credível.
Um plano que aponte, em curto prazo, um nível de despesa pública contida na receita do estado.
Não na sua actual receita, mas naquela que existia uns dez anos atrás.
Um plano ainda que não considere qualquer crescimento da economia.
Depois é só implementar todas as medidas concretas do plano. Sem tergivações, nem tibiezas. Doa a quem doer. Haja o folclore que houver.

Uma vez elaborado este plano, então sim haverá que se colocar a questão da tesouraria e do financiamento necessários para se atravessar o caminho até ao objectivo traçado.
Mas um plano destes, se sério e credível, também ajudará a resolver estes dois problemas do momento. O do financiamento porque os mercados sentirão confiança. O da tesouraria porque o contribuinte sentirá que está a investir, e não a ser depauperado como até agora. Doutro modo tudo continuará como até aqui e, dentro de pouco tempo vão-nos pedir mais impostos, mais sentido de responsabilidade, mais blá, blá, blá, ...

Ao pretender o contrário, tanto o Sr. F. Ulrich como o Sr. D. Bessa, vão atrás daquela fé inabalável e inquebrantável que o nosso Sr. Inginheiro deposita no crescimento da nossa pobre economia. Vão-se lançando impostos, uns atrás dos outros, que entretanto a economia há-de cresçer. E exportar muito. E o problema resolve-se então por si próprio. E sem tocar na despesinha. E sem perda de votinhos.
Mas, meus caros senhores, isto não são questões de féses...

3 comentários:

  1. Tem de haver uma profunda reforma administrativa. É preciso rever a organização territorial, numa perspectiva de defesa dos interesses locais e de redução de custos.
    Não se fazendo agora estas reformas, o corte nos custos e o aumento de impostos ficarão para sempre.
    um abraço
    JAC

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  2. Só mais uma achega: o que FU fez foi avisar a malta que isto está pior do que o que se julga, e que em semanas estaremos no final da linha. Depois só com FMI's, cessação de pagamentos, saída do euro, etc.
    Mas o lado positivo é que ainda temos umas semanas pela frente. Logo veremos se é tempo suficiente ou não...
    Um abraço
    JAC

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  3. As reformas administrativas podem sempre ajudar um pouquito, mas cá para mim até as próprias reformas que terão de ser reformadas.
    No mais, a malta continua a não querer saber de avisos.
    Um abraço,
    FRF

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