O jornal "Público" de ontem teve a coragem de publicar um dos trabalhos mais importantes que se tem feito nos últimos tempos em matéria de jornalismo de investigação: a viagem ao interior do império Espírito Santo.
Sou dos que consideram que as espertezas dos Penedos e das sucatas são um lixo desprezível comparadas com a água-de-colónia e a brilhantina elegante de uma organização opaca e obscura como o é a constelação de holdings, de empresas e de influências cujo rosto é o BES.
Em tempos chamei a atenção para o facto de que a discussão sobre as escutas, sobre o Arquivador-Geral, sobre as mentiras socratinas e toda essa parafrenália de valetes e de aldrabões nos não distraísse do que se passa no verdadeiro olho do ciclone: o poder económico na sua dimensão de promiscuidade com o Estado. O que se passou na Cimpor e o que se vai passar na forma como as anunciadas privatizações se vão desenrolar é que serão reveladoras do país que está a ser construído.
É por isso que para o poder, enquanto parceiro de cama desses interesses inconfessáveis, é importante amordaçar a imprensa e domesticar a liberdade de análise e de opinião. Um tal desiderato é uma mera actividade instrumental de um objectivo mais amplo: comprar o país e transformar-nos em novos servos da gleba.
O trabalho de Cristina Ferreira tem esse enorme mérito de revelar a evidência e de nos confrontar com a pergunta incómoda: onde está o verdadeiro polvo, do qual bifurcam outros moluscos secundários?
E será interessante igualmente perceber o porquê de ser publicado agora este trabalho. Arriscaria dizer que na iminência das novas grandes manobras que rodearão a partilha dos nacos a saldo nas privatizações anunciadas, Belmiro de Azevedo concluiu que é mais que tempo de dar um murro na mesa e mandar recado de que ou contam com ele ou há uma "guerra" bem azeda.
Sou dos que consideram que as espertezas dos Penedos e das sucatas são um lixo desprezível comparadas com a água-de-colónia e a brilhantina elegante de uma organização opaca e obscura como o é a constelação de holdings, de empresas e de influências cujo rosto é o BES.
Em tempos chamei a atenção para o facto de que a discussão sobre as escutas, sobre o Arquivador-Geral, sobre as mentiras socratinas e toda essa parafrenália de valetes e de aldrabões nos não distraísse do que se passa no verdadeiro olho do ciclone: o poder económico na sua dimensão de promiscuidade com o Estado. O que se passou na Cimpor e o que se vai passar na forma como as anunciadas privatizações se vão desenrolar é que serão reveladoras do país que está a ser construído.
É por isso que para o poder, enquanto parceiro de cama desses interesses inconfessáveis, é importante amordaçar a imprensa e domesticar a liberdade de análise e de opinião. Um tal desiderato é uma mera actividade instrumental de um objectivo mais amplo: comprar o país e transformar-nos em novos servos da gleba.
O trabalho de Cristina Ferreira tem esse enorme mérito de revelar a evidência e de nos confrontar com a pergunta incómoda: onde está o verdadeiro polvo, do qual bifurcam outros moluscos secundários?
E será interessante igualmente perceber o porquê de ser publicado agora este trabalho. Arriscaria dizer que na iminência das novas grandes manobras que rodearão a partilha dos nacos a saldo nas privatizações anunciadas, Belmiro de Azevedo concluiu que é mais que tempo de dar um murro na mesa e mandar recado de que ou contam com ele ou há uma "guerra" bem azeda.
Mai' nada!!!
ResponderEliminarO 'timming' também me aguça a curiosidade, tenho de reconhecer. E alinho na interpretação.
Abraço