sábado, março 13, 2010

O Congresso

As prestações dos candidatos, nesta soalheira tarde de Março, não podiam ser mais contrastantes.
Paulo Rangel apostou num registo muito político, menos programático, muito embora as suas ideias centrais da campanha estivessem presentes. A mobilidade social, a Educação, a Justiça, e uma palavra de Esperança, mas, sobretudo de confiança nos portugueses e no país. Sob o ponto de vista formal a construção do discurso foi brilhante, tendo conseguido seduzir os militantes e apelar à sua consciência livre. Creio que moveu convicções e conseguiu falar e tocar na alma social democrata de muitos.
Aguiar Branco fez um discurso escorreito, a que faltou um pouco mais de luminosidade para ser convincente. Bom grado o avanço de algumas linhas gerais sobre o partido e o país, o certo é que necessitava de um golpe de asa para se assumir como possível candidato à vitória e não como, um mero, um candidato.
Passos Coelho: ideias para o país…não se ouviram; o que pensa do partido… idem aspas. O seu discurso, espremendo o sumo, quedou-se por um inicial tom pessoal, intimista e autojustificativo. Não se compreende como um potencial presidente do PSD, num momento crucial, se rende a interpelar os seus alegados delatores, a responder a questiúnculas menores. Por pura e mera estratégia de surpresa. E, fechando com chave de ouro, terminou com um infeliz e inconveniente pedido de desculpas a João Jardim que, claramente, foi um tiro que saiu pela culatra.

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