quinta-feira, março 11, 2010

Elites

Todas as sociedades têm elites, quer queiram quer não.

As elites podem ser definidas de várias maneiras. Pouco importa. Qualquer delas há-de sempre incluir os detentores dos "poderes", político, económico, financeiro, etc.

Por qualquer definição a que se recorra, a elite portuguesa tem de ser avaliada negativamente.

Não é que não tenha conseguido "coisas": a adesão à CEE, ao Euro, o triunfo da democracia plural de tipo ocidental e até a passagem pacífica de um regime autoritário para outro democrático, não esquecendo a miserável descolonização, apesar de tudo, sem que um tiro (praticamente) fosse disparado. Mas é pouco, mesmo tudo isso, é muito pouco.

Ainda assim, a negativa da avaliação vem de outro lado: sobretudo e antes de mais da degradação de valores e modelos humanos na sociedade portuguesa; e, o que me toca especialmente, da imoralidade que se instalou em Portugal.

Muita dessa imoralidade vem da forma como o sistema político administra as empresas do Estado ou em que o Estado participa. E igualmente da promiscuidade em que os principais grupos económicos privados aceitaram e aceitam viver com o poder político. Não é o problema dos "interesses financeiros", nem da "transparência" de informar o PM sobre compras de canais de tv. É a distribuição de cargos, as decisões de investimento, os conluios para estudar favoravelmente os projectos que o poder político favorece, etc, etc, etc, e o País e o Futuro que se lixem - mesmo o próprio, diga-se de passagem, como saberá qualquer iniciado em questões de teoria económica.

Felizmente, todas as regras têm excepção. Neste caso, significa que também há bons membros da elite portuguesa, em concreto Alexandre Soares Santos. Aqui fica uma homenagem.

Por tudo quanto disse e pelo exemplo que é. Assim houvesse muitos que imitassem a independência do poder político de que dá provas. É que isso é condição de uma democracia saudável. Inch'Allah!!!

É possível um Portugal melhor. É preciso é querer.

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