quinta-feira, fevereiro 18, 2010

O candidato dos novos tempos

Na entrevista ao I, hoje, Paulo Rangel inicia o delinear do carácter mais programático da sua candidatura e começa a adivinhar-se o seu carácter eminentemente novo.
De todas, a maior mais-valia que o seu projecto aporta ao nacional-cinzentismo do panorama político-partidário Português é a originalidade e a forma desconcertante com que desafia os seus clichés e o seu status quo.
Paradigmáticas, por isso, são as suas primeiras palavras na área da Educação. Não se promove, somente, uma reorganização ou reestruturação do sistema nacional, mas sim, suscita-se uma revolução coperniciana na sua concepção. Propõe-se o abandono do enfoque no professor, passando o mesmo para o aluno, que se assume como o centro, o cerne do processo educativo. Como tal, todo o sistema gravitará à sua volta. E, toda a macro-estrutura, é alicerçada num modelo de exigência e rigor, não para excluir, mas para incluir cada aluno.
Compulsando esta perspectiva e o pensamento que já vamos conhecendo do candidato, permite-se, desde já, assumir algumas das chaves da “ruptura” que irão conformar o seu programa:
- a cultura da exigência;
- o primado do mérito;
- a preocupação social (de carácter responsabilizador e não assistencialista);
- a dignificação dos pilares do Estado de Direito, com enfoque na trilogia Liberdade /Segurança/Democracia;
- a maturidade da consciencialização do país no espaço e contexto Europeu, em termos económico-financeiros, políticos, culturais e filosóficos;
- a maturidade da consciencialização do país no espaço e contexto Mundial (mundo globalizado), em termos económico-financeiros, políticos, culturais e filosóficos;
- a maturidade na percepção consciente e assumida da insuficiência de meios por parte do Estado;
- e como pano de fundo de tudo isto o critério de um Estado bastante, de um Estado subsidiário;

Ora, tudo isto ganha sentido porque a grande “ruptura” de Paulo Rangel não surge por necessidades, meramente, formais. Advém-lhe, para além das suas qualidades endógenas, por ser a prima facie, o nóvel rosto de uma geração que não viveu o 25 de Abril, que sempre cresceu em Liberdade e que sobretudo, não é tributária nem saudosa do Império. É o primeiro político que cresce num Portugal só, reduzido à sua dimensão original, mas que, conhecendo a sua dimensão universalista, assume a responsabilidade da História como seu penhor e como o cajado que o auxiliará na sua caminhada.
É o protagonista de um Portugal emancipado, sem especiarias da Índia, sem ouros do Brasil, sem colónias e sem QREN’s (isto é, com o fim à vista).
É todo este novo contexto, é toda esta nova visão que materializa a ruptura que se anuncia com esta candidatura. É talhada pelos e para os novos tempos. Como dizia Winston Churchill, chegamos a uma altura onde "Não basta dizer: Estamos a tentar fazer o melhor possível. Temos que conseguir tudo quanto for necessário." É por isso que Rangel é the right man in the right place at the right time.



1 comentário:

  1. Enfoque no aluno, não. Enfoque no rigor e na exigência. Veja-se: "Acho que houve um modelo de educação baseado no facilitismo e na ideia de que o aluno é o centro da educação. Ora, eu penso exactamente o contrário. Penso que a escola deve ser visto como um valor colectivo, é um centro de transmissão do saber, de transmissão geracional do saber. O que é fundamental na escola é exigência e rigor no ensino."

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