sexta-feira, fevereiro 12, 2010

A estória da Cimpor...

Parece-me mal contada.

As notícias apregoam por aí que a Camargo Corrêa, brasileira, teria comprado cerca de 30% da Cimpor, entre outros, à Teixeira Duarte, o que, por acaso, deve dar muito geitinho ao Millenium.

O estranho da coisa, na minha humilde e in-esclarecida opinião, é que está em curso uma OPA, para os incautos oferta pública de aquisição, sobre a totalidade do capital da Cimpor, por parte de outros brasileiros, neste caso os da CSN.

Ora, a vantagem da OPA é que, para além de ser pública, o que significa que as suas condições são publicitadas, transparentes e, crucialmente, iguais para todos, para além disso, incide sobre a totalidade do capital. Ou seja, beneficia, ou não, igualmente todos os acionistas.

Portanto, a questão que me preocupa é esta: se os grandes acionistas podem vender paralelamente, fora de bolsa, enquanto está a correr a OPA, e por condições diferentes das da OPA, não será que os pequenos acionistas saiem claramente prejudicados?

Não havia, na regulamentação das OPA, normas que impediam isso mesmo?

Que país é este em que há regras para uns e excepções para outros? Sendo aqueles os pequenos e estes os grandes?

Onde está o primado da lei, em que é suposto basear-se o Estado de Direito?

Onde estão os reguladores e os supervisores? Será que isto não vai acabar tudo em tribunal, prejudicando compradores, vendedores, trabalhadores e a própria empresa, se calhar durante anos?

Estarei louco, ou a enlouquecer?

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