domingo, janeiro 24, 2010

O véu





A republicana França prepara-se para banir o uso da burqa em locais públicos, designadamente serviços públicos e transportes. Em Julho de 2009 foi constituída uma missão parlamentar cujo metier seria o de reflectir e propor medidas legislativas acerca do uso do véu integral islâmico.
O mais alto magistrado da República Francesa, o presidente Sarkozy, não enjeitou o mérito da proposta.
Ora, o que aqui releva não é o facto de se poder estar a estimular integrismos e fundamentalismos espúrios – questão de somenos.
Inquietante é a manipulação, por via legislativa, e em nome do povo, da autodeterminação de cada indivíduo. Se quero andar de chapéu, usar luvas, descalço, roto, de casaca, ou de nariz vermelho, é algo que só me diz respeito a mim. MAIS NINGUÉM.
Não se poderão tolerar integralismos republicanos e jacobinos, que forçam o legislador a ser o alfaiate, de haute couture, dos trajes com que a República se veste.
Há que atirar a toga ao chão.
Quer-se suprimir o uso da burqa substituindo-o por um véu de constrangimento da liberdade pessoal – em nome de um republicanismo asséptico. Há aqui, adivinha-se, uma qualquer deriva de um estado que quer ser confessionalmente neutro…!

3 comentários:

  1. A burka pode dar cobertura a assaltos e atentados à liberdade. À custa dela já fugiram presos, se lançaram bombas-suicidas, enfim, é um atentado à transparência...

    Toda a gente pode andar como quer?!

    Ande em pelota e sinta a diferença!!!

    Deixemos os fundamentalismos para os fundamentalistas!

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  2. Estes gauleses são loucos.
    Há dias disseram-me que na Escola Francesa as férias da Páscoa não coincidem com a Páscoa...
    abraços
    JAC

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  3. Tentam tapar o sol com uma peneira! É que o problema é outro: é o das relações do Ocidente com o mundo Islâmico.
    FF

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