quarta-feira, dezembro 02, 2009

Desemprego

10,2%. A "barreira psicológica" dos dois dígitos foi ultrapassada. Temos o 5 pior registo da UE. E que lemos, vemos e ouvimos de reacções a isto? Apenas que a culpa é do governo, que a Seg. Social devia actuar mais, que não há politicas de emprego (vulgo o estado dar mais empregos), etc.

Provávelmente será isto que vai ser feito nos próximos tempos e quando a taxa descer 0,2% ou mesmo estabilizar virá alguém dizer que as politicas adoptadas estão a dar resultado.

Desculpem-me se vou ser pouco sensível mas o problema não é o desemprego. O desemprego é um resultado e só se altera um resultado se se atacar a causa (ou causas).

A causa é a nossa cada vez mais reduzida competitividade. Isto é, as empresas portuguesas têm cada vez mais dificuldades em produzir produtos e serviços em melhores condições de qualidade e preço que as empresas estrangeiras. Em especial em preço.

E o preço é função dos custos de produção directos como matérias primas, taxas de juro, Pessoal e indirectos como produtividade.

A qualidade é a capacidade de as empresas diferenciarem positivamente os seus produtos e serviços. Para isto contribui essencialmente a capacidade de inovar e a capacidade de fazer bem.

Por isso a nossa preocupação deveria ser criar condições para que os custos de produção sejam os mais baixos possíveis com a maior inovação e qualidade. Isto transforma em completo o discurso e a prática politicas. Não tem nada a ver com esquerda ou direita, embora a extrema esquerda deteste isto. Tem a ver com uma situação económica péssima do pais que esta crise ainda agravou mais.

Deviamos estar a preocupar-nos exclusivamente com isto e tudo o que isto implica (educação, fiscalidade, peso do estado, etc). Mas parece não ser assim...

2 comentários:

  1. Bem dito. A este propòsito, recomendo vivamente a leitura do livro " A Economia no Futuro de Portugal", um estudo sério e profissional da responsabilidade de uma equipe da SaeR coordenada pelo Prof. Ernâni Lopes, e publicado recentemente pelo jornal "SOL".

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  2. Cuidado com as mutações. Há resultados que se podem transformar em causa...
    farripas

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