domingo, novembro 15, 2009

Joseph Stiglitz

Este mês, no Courrier Internacional, vem a tradução de um artigo interessante da revista Newsweek escrito em Julho passado sobre este famoso economista e prémio Nobel. O artigo pode ver visto no site da newsweek http://www.newsweek.com/id/207390 (ao contrário do que acontece com o Courrier infelizmente).
Destaco uma frase deste economista que me deu para pensar:

"Temos de lhes dizer (aos Bancos) que se são demasiado grandes para falirem, são demasiado grandes para existirem"

Bom ponto, bem observado.
Para mim, que sou adepto da livre economia, esta é uma observação muito interessante. O que se passou no sistema financeiro no ano passado foi uma clara prova que não há racionalidade na tomada de decisões. Um dos conceitos mais fortes nos negócios e em especial na Banca é dispersão de risco. Como diz o povo "não colocar todos os ovos na mesma cesta".
Foi exactamente isso mesmo que a Banca não fez, colocando ainda por cima a "cesta" em posição de cair e partir os ovos (investiu em activos de risco elevado).
Desta crise não resultou nada de concreto para se evitar uma nova. A não ser uma série de iniciativas de regulação bancária pouco eficazes e a extrema preocupação com os salários dos gestores. Pior do que isso, abriu-se a porta para uma série de disparates deste a nacionalização da Banca à ideia que uma qualquer regulação "mais forte" resolve. Estamos a falar de decisões mal tomadas, mal medidas, pensando no curto prazo apenas. Vão me convencer que os políticos, cujas decisões são normalmente da mesma qualidade que estas, vão resolver alguma coisa?
Por isso me questiono:
Será que a dimensão dos Bancos é um problema? Será que a coisa se resolve limitando a sua dimensão e não permitindo que invistam uns nos outros (fundos de pensões incluídos)?
Se assim for, a sua falência não será um tema sistémico. Os depositantes avaliarão os Bancos não só pelas suas ofertas mas também pela sua capacidade financeira. Resultará?
Para pensarmos.

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