segunda-feira, julho 13, 2009

Um pormenor sobre o 'testamento vital'

A propósito da tal ideia do testamento vital, que parece ter sido retirada da agenda parlamentar, ouvi alguns responsáveis políticos (entre outros, Maria de Belém e Paulo Portas) referirem-se à noção de “encarniçamento” terapêutico.

A primeira vez que tal ouvi julguei que estavam a falar de um bife e veio-me a imagem de um cozinheiro, às voltas com um naco de carne mal passada, irritado e impaciente por esta resistir a se enfiar no espeto.

Finalmente percebi do que estavam a falar. Ora, eu acho que isso do “encarniçamento” é afinal uma tradução apressada e literal da noção francesa correspondente de acharnement thérapeutique. Em francês está perfeita e consagrada, mas em português o que se deve dizer é obstinação terapêutica.

Por favor, expliquem isso aos autores da proposta de lei quando e se ela voltar ao parlamento. Sei que sou um chato, mas não consigo deixar de pensar que as nossas leis devem ser escritas em português. Idiossincrasias minhas, claro.

3 comentários:

  1. Claro, caro douro. Apenas um reparo: é de obstinação, seguramente, que pretende falar (no texto ficou obtinação).

    Forte abraço.

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  2. Vejam o artigo sobre a "barraca" do sindicato amarelo SINTAP na Câmara Municipal do Seixal no blogue O Flamingo.

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  3. Tens razão Ventanias, vou já emendar. É caso para dizer, em casa de ferreiro espeto de pau.

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