sábado, julho 04, 2009

Lua cheia! Lua grande?


Nestas noites de Verão vai ser possível, uma vez ou outra, ver a Lua cheia (6 a 8 de Julho, 5 a 7 de Agosto e 4 a 6 de Setembro). E se esta estiver perto da linha do horizonte, vai-nos parecer bem maior do que quando a vemos no céu alto.

Trata-se obviamente de uma ilusão. Nem a Lua muda de tamanho, nem nós a vemos maior ou menor. O que acontece é que quando ela está perto da linha do horizonte o nosso campo de observação, quando a olhamos, abrange certos objectos da Terra, sejam árvores, casas, montes ou uma linha de água, e isso dá-lhe um termo de referência que a “engrandece”. Pelo contrário, quando temos de levantar bem a cabeça para a ver no zénite dos quase 180° do universo visível, ela está lá “perdida” nesse negro imenso, só, sem comparação possível com qualquer outro objecto que nos seja familiar. E, portanto, parece mais distante e mais pequena.

Se me permitirem a transposição desta experiência para a realidade política da iminente “silly season”, diria o seguinte: a oposição que se desiluda se julga que a deliquescência do governo PS “engrandece” a imagem que o eleitorado faz das alternativas possíveis. Pode dar essa impressão, mas as impressões são voláteis.

O eleitor de 27 de Setembro avaliará com rigor nesse momento se, entretanto, as alternativas arrumaram verdadeiramente a casa e se varreram bem à porta, rompendo com os vícios antigos, chamem-se eles submarinos, fotocópias, casinos, sobreiros, loureiros ou jardineiros.

Por muito que o governo PS pareça estar a ajudar, há ainda muito trabalho pela frente e muito sheltox e coragem a usar para que a alternativa democrática se apresente credível. Temos muito trabalho de casa.

É que além do mais, a Lua está pouco tempo perto do horizonte.

5 comentários:

  1. Muito bonito, até poético, realista e certeiro, quase científico. Porém, a lua também tem a sua face negra, invisível para nós. Na política essa alternativa (rosa? laranja?) não tem ajudado e seguramente não ajudará. Ok, o resto não conta? Mas o que conta, serve para alguma coisa?

    Enfim, mais do mesmo ou revolução outra vez com o sol, em vez da lua, para um amanhã que canta?

    ResponderEliminar
  2. Bem-vindo, Zé Luis. Como diz no seu perfil, desalinhado mas sempre correcto. Obrigado!

    ResponderEliminar
  3. O sol desta democracia anda muito baço... quem sabe se nova luz se possa colher de uma lua romântica, quase utópica, mas bem mais democrática!

    O país já está farto de reis-sol do centrão!

    Às vezes penso que se os pequenos (!) crescessem, os grandes (!) ficariam mais inibidos
    de praticar certos actos...

    ResponderEliminar
  4. de repente lembrei-me de uma história sobre uma luz verde...ou seria um raio..

    ResponderEliminar
  5. Um dia falaremos desse raio verde, Purita.

    ResponderEliminar