Nas vésperas do Conselho Europeu de 18 e 19 de Junho, aquela coisa em que os dirigentes da União fazem uma enésima foto e saúdam algum novato ou se despedem de um apeado, manobra-se à tripa forra por causa dos lugares e dos poderes.
É evidente que vão preparar uns parágrafos a dar ideia que se ocuparam muito de questões ambientais ou que se debruçaram sobre a regulação dos mercados financeiros, mas tudo isso será para entreter o pagode com o blá-blá do costume.
Desgraçadamente, não acredito que façam sequer uma discussão séria e honesta sobre os resultados das eleições europeias, até porque esta gente o que quer é que nos esqueçamos o mais depressa possível que quase 60% dos cidadãos lhes virou as costas e deixou de acreditar neles.
As verdadeiras manobras centrar-se-ão em dois aspectos: o primeiro, que "garantias" oferecer à Irlanda para que esta organize o tal segundo referendo (voltar a uma Comissão com um nacional por Estado-Membro? renunciar a qualquer pretensão de harmonização fiscal? pôr travões à imigração?). Mas o busílis da coisa está na forma, pois não é líquido que um tal compromisso seja juridicamente válido por mera resolução de um Conselho Europeu e, por outro lado, avançar com um novo Protocolo pode obrigar a reiniciar em vários países os processos nacionais de ratificação do tratado de Lisboa.
O segundo osso a roer tem a ver com a designação do próximo presidente da Comissão e dos outros putativos postos, caso "Lisboa" veja a luz do dia. Contrariamente ao que diz a generalidade da imprensa portuguesa e os papagaios a soldo, os argutos perceberam que seria um erro político grave designarem já formalmente o Barroso (que seria assim chamado a submeter-se a um voto do Parlamento Europeu onde as negociatas ainda não terminaram) e a formar um colégio de apenas 18 comissários à luz das regras em vigor (tratado de Nice 'oblige'). Ora isso calha mal, pode irritar uns tantos e contradizer a tal promessa aos irlandeses.
Vai daí, esta pérola do apoio "sem ambiguidades" ao nosso artista, mas só de boca, nada de papel assinado, e com este recado: "vai ali conversar com o parlamento e volta com um programa escrito (que te vamos ditar)".
É a União Europeia, está bem?
O que não é, aliás, nenhuma novidade para o Durão, pois ele sabe bem que atrás de um claro apoio a um Vitorino se pode esconder um Zé Manel. Certo? Certo!
É evidente que vão preparar uns parágrafos a dar ideia que se ocuparam muito de questões ambientais ou que se debruçaram sobre a regulação dos mercados financeiros, mas tudo isso será para entreter o pagode com o blá-blá do costume.
Desgraçadamente, não acredito que façam sequer uma discussão séria e honesta sobre os resultados das eleições europeias, até porque esta gente o que quer é que nos esqueçamos o mais depressa possível que quase 60% dos cidadãos lhes virou as costas e deixou de acreditar neles.
As verdadeiras manobras centrar-se-ão em dois aspectos: o primeiro, que "garantias" oferecer à Irlanda para que esta organize o tal segundo referendo (voltar a uma Comissão com um nacional por Estado-Membro? renunciar a qualquer pretensão de harmonização fiscal? pôr travões à imigração?). Mas o busílis da coisa está na forma, pois não é líquido que um tal compromisso seja juridicamente válido por mera resolução de um Conselho Europeu e, por outro lado, avançar com um novo Protocolo pode obrigar a reiniciar em vários países os processos nacionais de ratificação do tratado de Lisboa.
O segundo osso a roer tem a ver com a designação do próximo presidente da Comissão e dos outros putativos postos, caso "Lisboa" veja a luz do dia. Contrariamente ao que diz a generalidade da imprensa portuguesa e os papagaios a soldo, os argutos perceberam que seria um erro político grave designarem já formalmente o Barroso (que seria assim chamado a submeter-se a um voto do Parlamento Europeu onde as negociatas ainda não terminaram) e a formar um colégio de apenas 18 comissários à luz das regras em vigor (tratado de Nice 'oblige'). Ora isso calha mal, pode irritar uns tantos e contradizer a tal promessa aos irlandeses.
Vai daí, esta pérola do apoio "sem ambiguidades" ao nosso artista, mas só de boca, nada de papel assinado, e com este recado: "vai ali conversar com o parlamento e volta com um programa escrito (que te vamos ditar)".
É a União Europeia, está bem?
O que não é, aliás, nenhuma novidade para o Durão, pois ele sabe bem que atrás de um claro apoio a um Vitorino se pode esconder um Zé Manel. Certo? Certo!
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