sexta-feira, junho 26, 2009

MAYDAY MAYDAY

O Governo e Sócrates levaram demasiadamente longe a operação de mudança de imagem pós eleições europeias e entraram em total desatino. A banda já tocava mal, é certo, mas ao menos tocava certinho, todos no mesmo tom. Agora, definitivamente não tocam todos a mesma música. O Ministro da Agricultura não sabe o que diz Sócrates e desdiz-se, revelando não ter autoridade nenhuma sobre os seus funcionários. O Ministro das Obras Públicas já não sabe o que há-de dizer, só sabe que nunca mais dirá nunca. Sócrates, o homem do leme que, aparentemente, tinha um rumo, bom ou mau, está completamente desorientado. Houve tempos em que se chamava a isto “trapalhadas”. O caso do negócio com a Prisa é esplendoroso. O Governo à 5ª feira não conhecia a sua existência e afirmava que não se devia intrometer nos negócios de empresas privadas. Na mesma 5ª feira havia quem insistisse em que não havia negócio nenhum em perspectiva. Surpreendentemente, ou talvez não, na 6ª feira o Governo veta autenticamente o tal negócio que não existia e relativamente ao qual considerava, na véspera, que não era tido nem achado.
Eu se estivesse no lugar de Sócrates teria certamente vergonha desta confusão e um enorme receio do futuro. Tendo gerado uma enorme antipatia nos portugueses, a única possibilidade de Sócrates ganhar as legislativas era manter-nos convencidos de que não havia alternativa à sua liderança. Este filme já acabou: em pouco mais de duas semanas já toda a gente viu que o rei vai nu. Sócrates ainda vai conseguir fazer de Manuela Ferreira Leite, contra todas as probabilidades, a segunda Primeiro-ministro de Portugal. É obra.

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