Hoje, Sábado, é o chamado dia de reflexão.
Para uma grande parte, já está tudo reflectido: pegaram na família, no gato e no piriquito e, ala que se faz tarde, rumaram para casa dos sogros, para o quintal da cunhada ou para a roulotte do Zeferino, o tipo do bilhar, que os desafiou a beber umas super bock na outra banda, em frente ao écran do Portugal-Albânia. “Os pequenos precisam de apanhar sol”.
Há uns milhares que estão a reflectir, mas é sentados em frente a uma sebenta de macro-economia ou a decifrar uns apontamentos sobre resistência de materiais, que a segunda chamada está perto e os pais já ameaçaram cortar na mesada se continuarem a patinar. “Isso do voto logo se vê. Hoje faço uma directa”.
Outros reservaram o fim-de-semana para corrigir as provas de português, a ver se esticam as médias daqueles estouvados que confundem os tempos e os géneros e que de Camões sabem pouco mais de que era zarolho e devia ser primo do Eça Maias. “Votar? Onde? É longe? Demora muito? Esquece. E amanhã quem corrige aquela resma dali do fundo? Ainda se me garantissem que dava para mudar de ministra, mas vá, não me distraias”.
Há os que trabalham, os que não têm fim-de-semana, passam-no ao volante ou em turnos, não reflectem nem hoje nem amanhã, ou antes, há meses que reflectem todos os dias, desde que o “...tipo do sindicato falou em leiófes ou lá o que é, mas deve ser coisa ruim, pois o Aníbal andou nisso e duas semanas depois estava na rua. E isso do voto dá-me pontos no Pingo Doce?”.
Sim, há sempre uma razão ou até uma razão para não a ter. “Querem todos poleiro, é o que é. A mim não me dão nenhum, que me esfalfo desde as seis e meia da manhã e tenho as crianças, mas eles vão ganhar sete e tal mil por mês, ouviu? Eu mais o meu marido é quase um ano para chegar a coisa parecida e temos de pagar a ama. A Europa que vá pr’ò caralho, ouviu?”.
O João Maria vai votar. Vive em Lisboa mas está recenseado no Porto. Vai fazer 300km para cima e outros tantos para baixo. É a primeira vez. Acha que o seu voto conta e que é preciso dar uma lição ao Sócrates e ao PS. Explicou-me as suas razões e eu fiquei espantado com o que disse e como o disse. É meu filho. A gente também aprende com eles. Ainda bem.
Para uma grande parte, já está tudo reflectido: pegaram na família, no gato e no piriquito e, ala que se faz tarde, rumaram para casa dos sogros, para o quintal da cunhada ou para a roulotte do Zeferino, o tipo do bilhar, que os desafiou a beber umas super bock na outra banda, em frente ao écran do Portugal-Albânia. “Os pequenos precisam de apanhar sol”.
Há uns milhares que estão a reflectir, mas é sentados em frente a uma sebenta de macro-economia ou a decifrar uns apontamentos sobre resistência de materiais, que a segunda chamada está perto e os pais já ameaçaram cortar na mesada se continuarem a patinar. “Isso do voto logo se vê. Hoje faço uma directa”.
Outros reservaram o fim-de-semana para corrigir as provas de português, a ver se esticam as médias daqueles estouvados que confundem os tempos e os géneros e que de Camões sabem pouco mais de que era zarolho e devia ser primo do Eça Maias. “Votar? Onde? É longe? Demora muito? Esquece. E amanhã quem corrige aquela resma dali do fundo? Ainda se me garantissem que dava para mudar de ministra, mas vá, não me distraias”.
Há os que trabalham, os que não têm fim-de-semana, passam-no ao volante ou em turnos, não reflectem nem hoje nem amanhã, ou antes, há meses que reflectem todos os dias, desde que o “...tipo do sindicato falou em leiófes ou lá o que é, mas deve ser coisa ruim, pois o Aníbal andou nisso e duas semanas depois estava na rua. E isso do voto dá-me pontos no Pingo Doce?”.
Sim, há sempre uma razão ou até uma razão para não a ter. “Querem todos poleiro, é o que é. A mim não me dão nenhum, que me esfalfo desde as seis e meia da manhã e tenho as crianças, mas eles vão ganhar sete e tal mil por mês, ouviu? Eu mais o meu marido é quase um ano para chegar a coisa parecida e temos de pagar a ama. A Europa que vá pr’ò caralho, ouviu?”.
O João Maria vai votar. Vive em Lisboa mas está recenseado no Porto. Vai fazer 300km para cima e outros tantos para baixo. É a primeira vez. Acha que o seu voto conta e que é preciso dar uma lição ao Sócrates e ao PS. Explicou-me as suas razões e eu fiquei espantado com o que disse e como o disse. É meu filho. A gente também aprende com eles. Ainda bem.
Para reflectir melhor... não basta fazer introspecção, é preciso também visitar meus blogs:
ResponderEliminarwww.rouxinoldebernardim.blogspot.com
www.amarjunqueira.blogspot.com
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