terça-feira, maio 12, 2009

Um inquérito dentro do inquérito


Estou com curiosidade de ver no que vai dar o relatório a propósito das pressões daquele senhor do lado sobre os investigadores do caso Freeport.
As conclusões são lapidares: pressionou.
As consequências seriam, supostamente, claras: suspensão, processo disciplinar e imediata demissão do Eurojust.
Mas em Portugal, e com esta malta, nunca se sabe. E, claro, o ministro da Justiça vai assobiar para o ar.
Vai uma aposta?

9 comentários:

  1. Oh Douro as conclusões do inquérito são públicas?
    Onde posso encontrá-las... teria curiosidade em lê-las

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  2. Mas concluiu-se que houve pressões ilegítimas?

    Ou será que existem apenas indícios de que houve pressões, e ainda nem sabemos que, a ser verdade, essas pressões podem ser legítimas ou ilegítimas.

    Podem ter a certeza que, se o meu nome fosse apontado como suspeito de algum crime ou meramente de comportamento irregular ou inapropriado eu faria todas as pressões possíveis, desde uqe legítimas, para que o processo avançasse com a máxima rapidez possível, para que fossem evitadas as fugas ao segredo de justiça e identificados e caucionados os responsáveis por essas irregularidades, etc.

    LEGÍTIMAS !!!!

    Ou seja o ponto importante nao me parece que seja se houve ou não pressões, mas sim se estas (a terem ocorrido) serem legítimas ou ilegítimas.

    O resto é chicana politico/partidaria somente.

    AM

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  3. Caro AM, pressões legitimas e pressões ilegitimas? Sobre um magistrado do ministério público? Curioso! O governo belga caiu por causa de pressoes sobre os magistrados que apreciavam o dossier Fortis. Aqueles telefonemas terão sido legitimos ou ilegitimos, ou serà que ninguém se lembrou da destrinça? Será isto como a corrupçao para acto lícito e a corrupção para acto ilícito? Extraordinário! E já agora, como se fazem as pressões legítimas? Uma caixa de bombons é legitima? A prespectiva de um destacamento para Mirandela é legítima?

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  4. Tem razão, Pirolas, deviam ser públicas e estar na net, mas trata-se de Portugal, lembra-se? A transparência lusitana é assim. Mas quer que lhe mande um link da imprensa? Se for ao site da RTP há-de ter lá a notícia.

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  5. A palavra pressionar tem várias conotações.

    Jardim, na Madeira, diz-se líder da «máfia boa»!

    Vai-se concluír o seguinte:

    «De facto pressionou, mas foi pressão no bom sentido do termo...»

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  6. Caro Douro

    No meu ponto de vista é claríssimo e independente deste caso de "per si".

    Aliàs nem conheço as conclusões do inquérito (ou pré-inquérito) e por isso o que escrevi e acho aplica-se, também a este, mas, fundamentalmente a qualquer situação em que a demora, a incompetência o desleixo ou até o dolo, se for o caso, prejudique seriamente os direitos de um qualquer cidadão, mesmo que esse cidadâo seja um 1º ministro com o qual discordo profundamente, mesmo que o cidadão seja um Sr. José Sócrates pelo qual não nutro qualquer simpatia, pessoal ou política.

    Repito, podem haver pressões legítimas e pressões ilegítimas, umas são condenáveis, outras não.
    PONTO.

    Mesmo discordando profundamente com as convicções políticas (e, provavelmente, éticas e morais) dos que aqui escrevem, reconheço-lhes a capacidade de discernimento suficiente para perceberem verdade tão simples.

    Tentar explorar politiqueiramente algo que (ao que se sabe nesta altura) mais não vale que uns títulos em jornais menos sérios, pode parecer um caminho simples de explorar para influenciar uns simples.

    Persistir neste caminho depois de denunciada a falácia, não é sério.

    Ou se assume a "boutade" ou se faz silêncio...

    AM

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  7. Caro Douro,
    obrigado pela ligação à imprensa...
    mas a imprensa que escreveu uma série de patacoadas sobre o assunto já leu as conclusões do inquérito?
    É que, salvo raras excepções, o jornalismo de investigação em portugal tem apresentado tão brilhantes resultados que eu tenho imensas dúvidas sobre o que se noticía!
    Ver para crer, como S Tomé!

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  8. Pergunto eu agora:

    E o próprio PGR quando pediu aos procuradores para assinarem um documento declarando ipsis verbis que não sofreram pressões (e que estes recusaram liminarmente assinar) não foi uma forma de pressão também?

    Já alguém se lembrou de pedir um inquérito ?!

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  9. Caro AM
    Faz-me voltar ao teclado por ter dito que o silêncio seria uma boa alternativa na sequência da sua alegada denúncia de falácia. E assim repudio o silêncio e volto para lhe dizer o seguinte: só não vê quem não quer e, embora possa compreender que a experiência de manipulações jornalisticas aconselhe prudência nas conclusões a tirar sobre o caso Freeport, tal "prudência" transforma-se em cobardia quando se quer à viva força travestir os factos e descobrir nuances nas evidências. E tenho dito.

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